A morte do agente socioeducativo Luiz Walter de Freitas Souza deixou a família revoltada e clamando por justiça. O caso aconteceu na última terça-feira (29) quando Luiz Walter teria “entrado em luta corporal” com um policial do Acre. Entretanto, a irmã de Walter, Kátia de Freitas disse ao Cada Minuto que a história foi distorcida e que o irmão foi brutalmente assassinado pelo policial e por outro homem [que não foi identificado]. A irmã também afirmou que o corpo do agente foi jogado no mar.

Segundo Kátia, o irmão era considerado uma pessoa tranquila e querida por todos os amigos e familiares, mas estava tomando remédio psiquiátrico. Ela também disse que no dia da sua morte fazia 10 dias que ele tinha perdido a esposa pro câncer.

“Estamos indignados e muito tristes com a forma que divulgaram o caso. Colocaram meu irmão como um estuprador quando na verdade ele foi assassinado por duas pessoas que já foram liberadas”, contou a irmã.

Kátia disse que no dia da morte, Luiz estava armado e tinha ingerido bebida alcoólica. Ele teria ido até a orla da Pajuçara, em Maceió, e presenciado uma cena de sexo entre o policial Erisson de Souza Cabral, outro rapaz e a esposa do policial. “Meu irmão estava mal com a morte da esposa, sem dormir e transtornado. Com certeza ele chegou perto do trio que estava na praia e falou algo que causou a morte dele”.

Segundo a irmã, o agente – diferente do que foi divulgado pelo boletim de ocorrência da PM – foi assassinado a pedradas e jogaram o corpo dele no mar. “Quem tirou o corpo do meu irmão foi um gari e uns homens que estavam no local”.

Kátia na missa de sétimo dia do irmão. Foto: Cortesia

Kátia reforçou que se o irmão dela tinha estuprado a esposa do policial, a delegada deveria ter pedido o exame de corpo de delito, mas que a delegada de plantão não colheu provas e nem solicitou o exame.

“Quem matou meu irmão foi liberado e nós estamos extremamente revoltados. Estamos tendo o apoio do Cabo Bebeto e de outros órgãos para que a justiça seja feita. Já levamos o caso ao Ministério Público”, disse a irmã do agente.

Nas redes sociais, amigos de Walter deixaram mensagens afirmando que ele era um bom homem e pedindo que a justiça seja feita.

Faixa foi colocada na frente da igreja. Foto: Cortesia

Policial alegou legítima defesa

Segundo informações do 1º BPM, a polícia foi acionada para uma ocorrência de disparo de arma de fogo. Ao chegar no local, eles encontraram Luiz Walter de Freitas Souza já em óbito.

Ainda segundo a polícia, o soldado Erisson de Souza Cabral se apresentou de forma voluntária à PM e contou a sua versão.

O relatório diz que Erisson entrou em luta corporal com o motorista desferindo uma coronhada que fez com que Luiz Walter perdesse a consciência. O policial alegou que Walter teria apontado uma arma para o soldado e para a esposa, além de ter tentado estuprar ela.

A polícia apreendeu uma pistola 7.65mm que estava com Luiz Valter. No relatório da PM, o caso foi registrado como legítima defesa.