Renan e Collor na eleição do Senado

31/01/2019 16:09 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Há umas duas semanas, vimos o presidente Jair Bolsonaro passando um bilhete ao deputado Rodrigo Maia, com uma pergunta ao presidente da Câmara: “O Collor é candidato?”. Maia fez uma careta e devolveu o pedaço de papel. A suposta candidatura ao comando do Senado não teve maior repercussão, mas pelo visto não é algo a ser descartado. Hoje a Folha garante que nos corredores de Brasília a aventura de Collor é dada como certa. A eleição será nesta sexta-feira (1º).

Em tese os partidos têm até esta quinta para apresentar seus candidatos. Alguma manobra pode adiar essa decisão, assim como a própria votação pode pular de sexta para sábado. Tudo depende da relação de forças e dos interesses de cada grupo em jogo. Como todos sabem, Alagoas tem Renan Calheiros como virtual candidato à presidência do Senado – mas um segundo senador pode entrar.

Se cada estado tem três senadores no Congresso, parece bastante exótico que dois nomes da mesma província sejam candidatos a presidir a Casa. Não que seja proibido, mas não é razoável segundo as tradições da política. De todo modo, a candidatura Collor deve flutuar, misteriosa e extraoficialmente, até em cima da hora. É do estilo do senador, entre a pressão e o suspense.

Já o senador Renan Calheiros chega à reta final desse processo como alvo principal de artilharias diversas. Dos nomes que se apresentam como adversários, nada menos que sete estão atuando em conjunto para inviabilizar a candidatura do alagoano. Para esse grupo, Renan precisa ser barrado como candidato em seu próprio partido, o MDB. Por aí, Simone Tebet seria a alternativa.

A última jogada em favor de Tebet foi a proposta para que ela troque de partido, deixando o MDB para se candidatar por outra legenda. Com isso, ela teria o apoio de adversários que resistem em marchar ao lado do MDB. Parece um caminho um tanto tresloucado, ainda mais com esse jeitão do mais acabado casuísmo. Para quem tenta surfar na onda de combate à “velha política”, pega mal.

Toda eleição no Legislativo é tumultuada. Como estamos no começo de um novo governo, com uma pauta explosiva para votação no Congresso, a disputa atual é ainda mais complexa e cheia de nervosismo. Dependerá dos presidentes da Câmara e do Senado, em larga medida, o ritmo de tramitação dos projetos de reforma do governo Bolsonaro, principalmente na área econômica.  

Embora diga o contrário, a tropa governista está no meio da eleição, fazendo de tudo para garantir um “nome de confiança”. Sabendo disso, Renan Calheiros se reuniu com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os dois saíram do encontro um cobrindo o outro de elogios. Mas não está fácil para o pai do governador de Alagoas. O Congresso pega fogo agora, enquanto escrevo essas divagações.

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