Os familiares da alagoana Ana Karolina Gama de Moraes, de 29 anos, seguem na luta para encontrar um coração compatível para ela, que é a primeira da fila de transplante no estado. No entanto, vem encontrando algumas dificuldades para encontrar um coração compatível e no sistema de transplantes em Alagoas.
Eles estão em busca de convencer pessoas que se declaram doadoras, mas na Unidade de Emergência de Arapiraca encontraram um impasse maior. Segundo Alyne Gama, prima da paciente, a unidade parece não contar com um médico especializado para realizar a declaração de morte cerebral.
Alyne ainda destacou que por conta deste fato, muitas pessoas que precisam de outros órgãos ficam sem contar com a esperança de um doador internado na unidade. "Realmente não é fácil. Não bastasse a dificuldade conseguir coração viável por meio do convencimento de que as pessoas se declarem doadoras, mais impasses existem. A Unidade de emergência em Arapiraca, não conta com profissional habilitado a realizar a declaração de morte cerebral, ou se conta, não o faz, e o que ocorre, é que todos os possíveis doadores que dão entrada lá, tem-se como perdidos os órgãos – em ouras palavras, vidas", relatou ela.
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A família ainda alega que a diretoria da unidade do agreste não respondeu aos contatos enviados pela prima para averiguar a situação. "Pois bem, se um único doador tem a possibilidade de salvar ou melhorar a qualidade de vida de mais de vinte pessoas, por meio de órgãos, tecidos e células (medula óssea) que podem ser transplantados, isso não é feito", completou ela.
Alyne ressalta que a luta em que a família passa hoje é em busca de uma melhoria para todos os alagoanos que enfrentam a fila de transplante. "Gente, isso não é só pela Karol. É por mim, por você, por seu filho ou neto. Hoje é Karol quem precisa de um coração, amanhã pode ser um dos seus que venha a precisar de um coração, um fígado, rim, ou até tecidos. Nós, nunca nos imaginamos vivendo esse dilema, assim, como vocês não se imaginam hoje. O futuro é incerto demais, para deixarmos por conta do acaso. Precisamos fazer valer nossa voz. Espero contar com a ajuda de vocês", concluiu ela.
Em contato com a reportagem, o Hospital de Emergência Daniel Houly esclareceu que criou uma Comissão Intra-Hospital de Doação de Órgãos e Transplante, nesta segunda-feira 14, já que a unidade passou 14 anos contando com apenas 40 leitos.
De acordo com a assessoria, uma resolução do Ministério da Saúde determina a criação dessa comissão somente para hospitais com mais de 80 leitos. Somente no ano passado, o governo do estado conseguiu ampliar de 40 para 120 leitos na unidade.