Alagoanos na guerra do Congresso Nacional

12/01/2019 11:56 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Estamos no coração da disputa pelo poder em Brasília. Não é pouca coisa. Alagoas tem ao menos três nomes com participação ostensiva nas eleições que vão decidir o comando do Congresso Nacional. Na Câmara, o protagonismo é de Arthur Lira e JHC. No Senado, é claro, Renan Calheiros é o nome mais comentado por todos. De quebra, vimos Bolsonaro dispensando atenção a Fernando Collor, naquele bilhete enviado a Rodrigo Maia, numa cena flagrada por câmeras de jornais e TV.

Na eleição da Câmara, Rodrigo Maia ainda é visto como favorito. Pelo número de partidos que já anunciaram apoio, ele poderia ganhar a disputa no primeiro turno. Mas, com o voto secreto, não se pode garantir a fidelidade da tropa em elação às ordens dos caciques. As lideranças nem sempre conseguem impor as diretrizes formalmente deliberadas na cúpula. Aí entram os rebeldes.

E aí está a dupla alagoense. Arthur Lira, líder do PP, se lançou candidato, e conversa com vários partidos, como o PSB de João Henrique Caldas. Igualmente insatisfeito com o arrastão em favor de Maia – patrocinado pelo governo –, JHC diz que a turma de Bolsonaro repete práticas viciadas da velha política. Lira e JHC nunca foram grandes amigos, mas, pela causa, relevam as diferenças.

A atual sucessão entre os deputados federais, portanto, dá uma visibilidade a nomes da bancada alagoana – o que não é uma regra, mas está longe de ser algo inédito. Sempre tivemos uma galera capaz de muito barulho, em todos os sentidos. Lira e JHC representam uma geração que substituiu vacas sagradas. Os lances seguintes – e o desfecho da eleição – vão mostrar o tamanho de ambos.

E na outra casa do parlamento, o senador Renan Calheiros tenta confirmar o favoritismo incontestável, segundo seus próprios colegas. Há uma reação forte do PSL, a legenda que nasceu do dia pra noite, na onda de fanatismo por Jair Bolsonaro. Não tem qualquer tradição nesse jogo de bastidores do Congresso. Major Olímpio candidato é uma tática à base do improviso.             

Sobre eventual candidatura do senador Fernando Collor, nada se sabe concretamente, a julgar pelo que noticia a chamada grande imprensa. Até agora parece apenas sinal de algum exotismo fadado a desaparecer nas próximas horas. Resta esperar. Se entrou na bolsa de apostas, haveria diálogo aí.

Voto secreto, como manda o regimento, é bom para Renan, dizem todos os analistas do país. Deputados e senadores escolhem seus presidentes quando fevereiro chegar. É logo ali, um prazo apertado a quem tenta reviravoltas. Dê no que der, tem alagoano no meio da zoada pelo poder.

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