Pena de morte e vexame dos patetas

18/12/2018 02:55 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Ao convidar e, em seguida, desconvidar os presidentes de Cuba e da Venezuela para a posse do novo presidente, a turma de Jair Bolsonaro expõe o Brasil a um vexame internacional. É mais um lance a escancarar a patetice de um bando de deslumbrados com a chegada ao poder. À frente da incrível presepada está o futuro ministro das Relações Exteriores, o sem-noção Ernesto Araújo.

Há uma tremenda expectativa quanto aos rumos da política externa com o novo governo. Antes de começar, abrimos confusão com a China, a França, o Mercosul e o mundo árabe. Só isso. Nesse campo diplomático, um dos patetas mais desenvoltos é o deputado Eduardo Bolsonaro. Contumaz bajulador de Donald Trump, a última cretinice do mala foi pregar a pena de morte no Brasil.

A ideia de jerico foi apresentada pelo filhote de Bolsonaro numa entrevista ao jornal O Globo. Alertado sobre cláusula pétrea da Constituição que impede aprovação da medida, o elemento, é claro, desprezou a letra da lei maior e garantiu que é fácil dar um jeito nisso aí. O rapaz, que responde por ameaça a uma ex-namorada, quer a pena capital nos crimes de tráfico de drogas e corrupção.

Rapidamente alguém lançou na imprensa a seguinte pergunta: Eduardo também pleiteia a eliminação de políticos envolvidos em esquema com assessor parlamentar que arrecada dinheiro para o chefe? Como se sabe, Flávio Bolsonaro, outro pateta filhote do homem, está enrolado num enredo suspeitíssimo. Cadê o amigão de Flávio que passou cheque até para a futura primeira-dama?

A entrevista de Eduardo saiu no domingo. No mesmo dia, ele foi desmentido pelo próprio pai. O capitão da tortura disse que o assunto não faz parte dos planos de seu governo. Falando pelo Twitter, o presidente eleito citou a cláusula pétrea – a mesma que seu filho menosprezou. Os virtuais novos inquilinos de Brasília batem cabeça com obstinada dedicação. Há uma atração fatal pelo erro.

Mas é claro que o desmentido de Jair Messias não passou recibo para a imbecilidade do herdeiro. Descaradamente, jogou a culpa na imprensa. Disse que fazia o esclarecimento para evitar mais um “escarcéu” supostamente produzido pela cobertura jornalística. Está claro que esse será o padrão do futuro governante no tratamento dos fatos – a distorção e a mentira para impor suas ideias.

Ernesto Araújo assumirá o Itamaraty decidido a livrar o Brasil da trama “globalista” que, segundo ele, ameaça afastar os brasileiros dos valores cristãos. Teremos um chanceler que acredita em teorias da conspiração e que pretende nos salvar desse terrível perigo pela palavra do Senhor. Por enquanto, pode-se encarar seu palavreado como uma antologia de piadas. A partir de janeiro, vai piorar.

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