Nesta quarta-feira (12), dia em que o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, afirmou em entrevista à revista Crusoé que o esquema Bolsonaro-Queiroz de apropriação de salários de funcionários dos gabinetes de Jair e Flávio Bolsonaro é uma "burrice ao cubo", outro general saiu em defesa da família.
Augusto Heleno, futuro ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), inocentou por completo Jair Bolsonaro em entrevista veiculada na madrugada desta quinta (13) no programa Conversa com o Bial, da Globo.
Mourão defende a investigação do caso e a punição dos envolvidos. "Pô, porque o cara não entregava dinheiro em espécie? Quando há ilicitude, o dinheiro é entregue em espécie. A partir do momento que você coloca conta bancária, você está passando recibo, né?"
Para ele, “O dono da bola se chama Queiroz (Fabrício José Carlos de Queiroz). Ele é o dono da bola. É o dono da bola. Esse cara tem que vir a público e dizer. Ou ele diz: Não, isso era um esquema meu, que eu arrumei emprego para esse povo todo aqui e eles me pagaram, ou ele diz que a culpa é do Flávio".
Já o general Heleno antecipa que o presidente eleito não tem nada com o caso: "O presidente tá isento disso aí porque não teve participação. O que apareceu dele é irrisório, uma quantia pequena, e ele mesmo já explicou".
Ele também afirmou que está aguardando os acontecimentos e os esclarecimentos dos envolvidos, caso do PM Queiroz, e não do clã Bolsonaro. "Os responsáveis vão ter que assumir a culpa. Se houver alguma penalidade, vão ser submetidos a essa penalidade".
R$ 1,2 milhão circulou pela conta do PM Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito pelo Rio, Flavio Bolsonaro, apenas em 2016, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Entre as movimentações que constam do relatório está um cheque de R$ 24 mil pagos à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O Coaf também cita que a conta do PM recebeu repasses de oito funcionários e ex-funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro.
Há quem veja em várias declarações do general Mourão - desde que foi eleito - movimentos de quem cobiça assumir o cargo principal. Ele já é chamado por alguns de ‘vice-general golpista’, uma tradição da política brasileira, mas que aumentou de tamanho com a judicialização da política e o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
As apostas estão abertas.