Dois times alagoanos, em dois jogos mortalmente decisivos, num sábado para ficar na História do Futebol Brasileiro. É tudo isso mesmo. Mas tudo isso ainda é uma possibilidade. Primeiro tem de jogar bola. E, como jogar bola não é ciência exata, vamos considerar a alternativa trágica – o CRB na Terceira Divisão e o CSA fora do G-4, barrado na Série A. Mas essa hipótese de derrota – e isso é alentador – contraria a lógica. O que temos é um conjunto de variáveis a indicar o contrário.    

Os números e as condições das partidas que vão decidir o destino de CSA e CRB apontam para o triunfo alagoano. O Galo enfrenta o Figueirense no Trapichão. Uma vitória deixa o time livre do Z-4, garantindo o lugar na Série B de 2019. A depender de combinações, o CRB pode escapar mesmo perdendo o jogo. Para não correr risco, é claro que vencer é o caminho cem por cento obrigatório.

Agora, histórico mesmo é o feito que o Azulão está à beira de alcançar. O acesso à Primeira Divisão, por um clube de Alagoas, não tem precedentes – desde que o Brasileirão mudou, na década de 1980. Para chegar lá, o CSA encara o rebaixado Juventude em Caxias do Sul. Uma vitória simples (ou até um empate) assegura a façanha inédita. Não pode vacilar como fez nos dois últimos jogos.

Um empate e uma derrota em Maceió tiraram o CSA do quarteto no topo da tabela – algo que não ocorria havia não sei quantos meses. E isso acontece justamente na última hora, na hora de confirmar uma campanha vitoriosa, de cravar o acesso. Ficou para a última partida, fora de casa, longe da torcida. Nada disso, porém, tira do time alagoano um favoritismo que me parece evidente.

Pelo que entendi do noticiário, o Juventude é praticamente um time fantasma. Já condenado à Série C, o clube tem hoje inteiramente desfigurado aquilo que antigamente se chamava de plantel. Para eles não há motivação nenhuma na busca pelo gol. É o adversário perfeito para o glorioso CSA.

O técnico Marcelo Cabo e jogadores precisam de concentração total no arremate da jogada, no que os comentaristas chamam de última bola, no passe final da tabela. O fracasso nesses fundamentos explica os dois últimos resultados. A criatividade não apareceu na turma do meio e do ataque. 

Resumindo, e sendo talvez redundante, o clima está a favor dos dois maiores times do estado neste sábado de decisões. Como já falei de números e lógica, acrescento a intuição como fonte da aposta no êxito alagoano, especialmente a virtual conquista do CSA. Saberemos mais tarde.