Nordeste garante segundo turno entre Bolsonaro e Haddad

07/10/2018 00:25 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Os últimos números do Ibope e Datafolha sobre a eleição presidencial mostram que é praticamente certo um segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. O candidato do PSL tem 41% dos votos válidos contra 25% para o petista, segundo o Ibope. No Datafolha, o placar é de 40% para Bolsonaro contra os mesmos 25% dos que preferem Haddad – e isso também tratando somente dos votos válidos. Os demais ficaram ali congelados, no segundo pelotão, sem chance de reviravolta.

Como se sabe, é necessário alcançar 50% mais 1 dos votos válidos para liquidar a parada em primeiro turno. Assim, Bolsonaro teria de crescer 10 pontos para garantir a eleição de primeira neste domingo. Diante desses números, que insinuam, de todo modo, uma hipótese de êxito no primeiro turno, o discurso da tropa de Bolsonaro é de euforia. Vamos com tudo, engajamento máximo, que dá para resolver isso aí agora – é o tom pelas redes sociais do candidato e de seus fanáticos apoiadores.

O crescimento do capitão reformado se consolidou nos últimos dez dias. Ele veio, a cada pesquisa, ampliando em um ou dois pontos sua diferença para o plano b que o PT lançou no lugar de Lula. Ultrapassou a faixa de 30% do eleitorado, levando-se em conta todos os votos. Haddad estacionou na casa dos 22% das preferências, também no universo total de votantes. Nas simulações de segundo turno, Bolsonaro aparece à frente de Haddad, mas ambos estão tecnicamente empatados.

Se há ainda alguma (ou muita) dúvida quanto ao resultado da votação deste domingo, acho que se pode apontar para uma certeza: é a população do Nordeste que vai provocar uma segunda rodada nesta disputa pela Presidência da República.  Bolsonaro ganha com folga de Haddad nas demais regiões do país. Mas perde entre os nordestinos – ainda que tenha subido nos últimos levantamentos do Ibope e do Datafolha. A força do lulismo, do lado de cá do mapa, ainda é uma realidade visível.

Não por acaso, a curtíssima campanha de Haddad na TV foi praticamente toda voltada a exaltar as obras e os serviços sociais que transformaram a vida de milhões de pessoas nos governos Lula e Dilma. É fato. Agora, o candidato esconde a herança fatal dos anos finais das gestões petistas.

Mas não se pode negar o alcance de programas sociais que deram dignidade aos segmentos mais pobres, historicamente esquecidos pelo poder. É por isso que Haddad pode escapar de uma derrota logo neste domingo, levando o desfecho da eleição para 28 de outubro, as urnas no segundo turno.

Ao contrário do que prometeu o Tribunal Superior Eleitoral, esta é uma eleição marcada pelo triunfo das fake news. É o que se constata diante do noticiário e dos comentários das pessoas nos arredores. Mentiras de toda ordem se proliferam como verdades – e isso pode interferir no eleitor.

O tamanho do estrago a partir de uma informação fraudulenta é incomensurável. Como saberemos o índice de pessoas que tomaram um rumo motivadas por falsidades vendidas como jornalismo sério? Os candidatos alegam não ter relação nenhuma com fake news que lhes favorecem.

Voltando ao embate Bolsonaro versus Haddad, as candidaturas entraram numa batalha campal nas últimas horas justamente pelo Nordeste. E aí, em cima da votação, as armas estão concentradas todas na Internet. O que é verdade e o que é mentira no meio do tiroteio? Chegou a vez da urna.    

(Estarei por aqui ao longo do dia, com chutes e especulações sobre o que acontecer durante a votação. Pesquisas de boca de urna e, depois, a apuração rendem boas pautas, claro. Até).

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