Siga o dinheiro! Eu sei que a frase é batida, mas não consegui resistir. Como algumas coisas nunca mudam neste mundo de Deus, é claro que candidatos estão por aí comprando votos. Darei informação concreta sobre esse fenômeno tradicional das eleições brasileiras, particularmente aqui em Alagoas. Antes, reparem nas notícias de apreensões de dinheiro vivo que estão ocorrendo em diferentes regiões do país. É a hora de despejar recursos para garantir a aquisição do eleitor.

Informação precisa: agências bancárias do interior de Alagoas estão recebendo volumes de dinheiro como nunca ocorre em tempos de normalidade. São quantidades muito acima do necessário para manter o abastecimento de caixas automáticos e agências. A exótica movimentação financeira foi deflagrada na última sexta-feira (28/09) e se intensificou entre ontem e hoje. É a eleição.

Sei de pelo menos quatro casos em que houve transferência de recursos para agências do interior, em quantidades extravagantes, sem qualquer justificativa lógica. Isso já ocorreu em endereços bancários de União dos Palmares, Girau do Ponciano, Arapiraca e Palmeira dos Índios. Gente que trabalha nessas cidades me conta da estranheza do abastecimento fora do comum.   

Toda essa grana que está chegando aos bancos de vários municípios terá de sair, é claro, para o cumprimento da missão de comprar votos. Se as autoridades estiverem vigilantes nas estradas, nas rotas de transporte, podem flagrar carregamentos de algumas fortunas. É o que já se viu em cidades aqui mesmo de Alagoas e no resto do país, como no Tocantins, noticiado nesta terça na TV Globo.

Dos municípios que citei, Girau do Ponciano é o caso mais estranho, dado que se trata praticamente de um povoado – sem querer ofender. É que existem uma pracinha, algumas ruas e nada mais. Eu conheço. Já andei um bocado por aquela geografia. Nunca houve tanto dinheiro chegando à agência local de uma só vez. Pode servir para demandas de outras cidades da região do Agreste.

Agora vou especular. É claro que esse frenesi com milhões de reais de um lado para o outro não se restringe aos exemplos citados. Saindo de Maceió rumo ao litoral norte do estado, por exemplo, os rastros de mala preta estão sendo vistos de modo evidente. Digo isto também a partir de informações que recebo – mas estas sem dados concretos de movimentações em agência bancária.

É assim que a banda vai tocando. O carnaval das operações de combate à corrupção não intimidou os agentes e seus métodos de fazer “política” e ganhar eleições no Brasil. Mais uma vez, tragicamente, teremos eleitos cuja “plataforma eleitoral” apresentada foi uma nota de 100 reais pelo voto do cidadão indignado – o mesmo que “não aguenta mais tudo isto que está aí”. É fogo!