Bolsonaro furtou cofre e mentiu sobre patrimônio. VEJA destrói o “mito”

28/09/2018 03:17 - Blog do Celio Gomes
Por Redação
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O PROCESSO. Em mais de 500 páginas, às quais VEJA teve acesso, ex-mulher acusa Bolsonaro de furtar um cofre de banco, ocultar patrimônio, receber pagamentos não declarados e agir com “desmedida agressividade”.

O que acabo de reproduzir acima está na capa da edição da revista Veja que circula neste fim de semana, cujo conteúdo foi liberado para assinantes na noite desta quinta-feira. É uma reportagem especial, baseada cem por cento em documentos oficiais e depoimentos de personagens diretamente envolvidos nos episódios descritos pela revista. O material é devastador para o capitão que posa de santo e se apresenta como o homem que vai acabar com a corrupção no Brasil.

O elemento que adora torturador, despreza mulheres, xinga negros e homossexuais, ofende trabalhadores e ostenta outro tanto de “qualidades” de mesmo nível é, também, desonesto. Sim, mentiu para a Justiça Eleitoral e para a Receita Federal, com dados fictícios sobre o patrimônio acumulado na política. As informações estarrecedoras destroem a imagem de alguém que se vende como o paladino da decência e da moralidade – mas não passa de um esperto sonegador.

A história revelada pelo jornalismo profissional de Veja traz tantos detalhes que é impossível resumir em poucas linhas. Recomendo ao leitor que verifique por sua própria conta. Vou apenas tocar nos aspectos mais grotescos sobre essa porcaria de candidato – que riquinhos da elite alagoana e bobalhões que se dizem “conservadores e liberais” adotaram como modelo de homem público.

Em 2007, segundo o processo descoberto por Veja, Ana Cristina Valle, de quem o deputado estava em vias de separação, registrou em delegacia o furto do conteúdo de seu cofre que mantinha no Banco do Brasil. Ela acusava o parlamentar de ter levado joias no valor de 600 mil reais, além de 30 mil dólares e 200 mil reais. A origem dessa fortuna toda? Eram “presentes”, segundo a senhora.

No ano anterior, em 2006, Bolsonaro, candidato a mais um mandato, declarou ao TSE um patrimônio de 433 mil reais. Documentos periciados provam que ele sonegou a propriedade de três casas, um apartamento, uma sala comercial e cinco lotes. Somando tudo, em valores de hoje, o patrimônio era na verdade de aproximadamente 7,8 milhões de reais. Tudo isto está em documentos oficiais.

Na denúncia que formalizou contra seu ex-companheiro, Ana Cristina afirma que ele era um marido de “comportamento explosivo” e mostrava com frequência uma “desmedida agressividade”. Segundo ela própria também diz no processo, esse foi o motivo que a levou a tomar a decisão de acabar o casamento. Ou seja, neste ponto, nada que surpreenda ninguém sobre a índole do sujeito.

Ana Cristina já havia aparecido na imprensa no começo da semana em reportagem da Folha. O jornal revelou que ela também denunciou ameaça de morte por parte de Bolsonaro na disputa pela guarda de um filho, que na época tinha dez anos de idade. A Folha se baseou em telegramas arquivados no Itamaraty. Nos documentos obtidos pela Veja, essa denúncia ganha ainda mais consistência.

A ex-mulher de Bolsonaro hoje nega tudo o que disse em inquérito policial. Procurado pela revista, o capitão da truculência fugiu de dar explicações. O problema, para ele, é que a Veja, como já disse, traz documentos da Justiça e da Receita Federal, além da própria investigação da época. São fatos concretos, detalhadamente expostos, em reportagem como tem de ser no bom jornalismo.

Para fechar, é a denúncia mais grave que já surgiu sobre um candidato na corrida presidencial. Haverá repercussão em toda a imprensa nos últimos dias da campanha. Bolsonaro terá de gastar todos os insultos de sua coleção para tentar explicar o inexplicável. Eis aí o “mito” desmoralizado.

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