ROs dirigentes do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) realizaram ato público nesta terça-feira (17), em frente à Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), para relembrar o 17 de Julho de 1997.

 

Eles realizaram um café da manhã e também panfletaram para alertar à população sobre à falta de efetivo da PC e as consequências negativas para a população, como a impunidade, o avanço da violência e o não atendimento à sociedade. 

 

O presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, ressaltou a importância de relembrar a derrubada do governador Divaldo Suruagy em 17 de Julho de 1997, destacando que o Sindpol participou ativamente com os outros funcionários públicos e policiais militares.

 

“Os servidores públicos unidos deram um exemplo aos atuais políticos. Infelizmente, a gente vivencia um mundo de corrupção, mas o Sindpol está atento juntamente com outras categorias do serviço público. Podemos mostrar a união dos servidores públicos de novo. Isso é um marco na história de Alagoas”, defende.

 

O sindicalista também chamou a atenção quanto à terceirização na Segurança Pública através do Programa Ronda nos Bairros, que é composto por pessoas que não são da Polícia Militar, bem como denunciou que a Delegacia Geral tem projeto de contratação de 100 pessoas para a área administrativa da Polícia Civil. Na manifestação, Ricardo Nazário adiantou que o Sindpol não vai aceitar a terceirização na instituição policial.

 

Para o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Nível Médio da Saúde, Jadson Alves, o 17 de Julho é de suma importância para o movimento sindical e os servidores. “O movimento ajudou em uma nova visão para Alagoas em relação à defesa dos serviços públicos, primordialmente, a realização de novos concursos, que apareceram depois de 1997, pois o Estado estava carente de serviços após o PDV, que foi criado para desmontar o Estado. Os sindicatos, que estavam à frente, na época do 17 de Julho, tiveram um profundo papel na questão do combate à desigualdade. Então, houve o fortalecimento dos servidores, um olhar diferente para a saúde e a importância do reconhecimento dos serviços públicos no Estado de Alagoas”, revelou. 

 

O historiador Luiz Gomes, autor de vários livros sobre o 17 de Julho, disse que os servidores públicos saíram às ruas, enfrentaram o Exército e derrubaram o Suruagy, que adotava uma política neoliberal de destruição de serviços públicos. “Nesses 21 anos, os servidores públicos não têm muito o que comemorar. Estamos assistindo ao governo Renan Filho uma política de desmantelamento silenciosa através das Organizações Sociais (OS) e das parcerias públicos privadas, entregando os hospitais à iniciativa privada. Tudo isso exige do povo alagoano uma reação, que só pode acontecer com uma grande mobilização. Este ato é alusivo ao dia histórico que simboliza uma luta em defesa dos serviços públicos”, esclarece.

 

Bastante emocionado, o policial civil Cléber Ferreira reviveu o 17 de Julho de 1997. "Aqui me traz grandes recordações. Os servidores públicos eram massacrados por um governo que estava destruindo Alagoas. Com apoio das entidades de Segurança, Educação e Saúde conseguimos tirar um governo forte. O povo unido consegue o impossível, e o impossível para o povo unido não existe”.

 

O diretor Jurídico do Sindpol, José Carlos Fernandes, o Zé Carlos, que também teve papel atuante no 17 de Julho, destacou que a história dos trabalhadores é cheia de revoluções, e o 17 de Julho faz parte dessa história do Brasil. “A situação econômica daquela época, com as pessoas passando necessidades, fez com que os servidores públicos, os policiais civis e militares, trabalhadores da Saúde e da Educação tomassem uma medida de enfrentamento com o Exército. A polícia veio para o lado do povo, em defesa da população. Quando a polícia passa para o lado do povo, a revolução acontece. Quando o povo quer, o povo consegue. Esse momento não pode cair no esquecimento. A população sabe que quando o povo se reúne, o povo faz sua história, é o que aconteceu no 17 de Julho”.

 

Enfatizando o acordo com os usineiros, o diretor de Planejamento do Sindpol, Stélio Pimentel Jr, revelou que na época do 17 de julho a conjuntura era muito desfavorável para os servidores. “O 17 de Julho aconteceu no famigerado acordo dos usineiros, que destruiu o Estado. Esse acordo levou cerca de 50% dos ICMS, mais redução da receita do Estado, que foi desmontado. Houve o PDV e mais atraso de salários e do décimo terceiro. Graças ao 17 de Julho, conseguimos o reverter a política de desmonte do Estado. Foi denunciado o acordo dos usineiros, e o governo caiu. Conseguimos reverter o quadro de destruição do Estado”, lembrou.

 

Destacando a importância do Sindpol nesse processo, o policial civil Josimar Melo disse que o Sindicato uniu as polícias, os servidores públicos e movimento sociais, com todos juntos para derrubar o governo Suruagy, “Essa data é importante porque hoje o governo respeita os servidores públicos, após a derrubada do Suruagy”.

 

Da mesma forma, defendeu o policial civil José Ederaldo. “Temos que resgatar o que temos de melhor que é o servidor público bem equipado, com salário em dia. Foi a união com os servidores que fez com que o 17 de julho acontecesse. Mais uma vez, o Sindpol, que é um sindicato de luta, que tem compromisso, organiza esse evento que reflete na luta da população alagoana”.