O julgamento dos acusados de torturar e matar Franciellen Rocha, de 18 anos, foi retomado nesta quinta-feira (24), no Fórum do Barro Duro, em Maceió. O promotor de Justiça, José Antônio Malta Marques, disse que Vanessa Ingrid era possessiva com o ex e vingativa. Conforme o promotor, “se não fosse o Poder Judiciário para punir, ela [Vanessa] fará com outros”.
Para José Antônio Malta Marques o crime foi cometido por vingança. “Ela se sentia dona do ex e nenhuma outra mulher podia tê-lo. Ela ainda está pagando pelo crime da Amanda”, ressaltou.
Durante a sustentação oral, o representante do Ministério Público, o promotor de Justiça José Antônio Malta Marques, mostrou as fotos do local e de como o corpo da vítima foi encontrado, com mais de 90% do corpo queimado. Ele destacou ainda as contradições nos depoimentos dos réus e a participação que cada um teve no crime.
“Aqui não é um tribunal de clemência, é um Tribunal de Justiça. E como Tribunal de Justiça, entendo que vossas excelências devem condenar os réus aqui presentes”, disse Antônio Malta Marques, mencionando as qualificadoras que acusam Vanessa, Thiago e Victor por homicídio triplamente qualificado (meio cruel, dissimulação e tortura), e Saulo exclusivamente pela qualificadora de emprego de meio cruel.
Na manhã de hoje o julgamento foi retomado com acusação e defesa. A defesa terá 2h30, que deve ser dividida em 30 minutos para cada um dos réus. O Ministério Público também terá 2h30 para sustentar a sua tese. Caso haja réplica e tréplica, serão mais 2 horas para cada lado.
As sustentações orais da defesa tiveram inicio com o advogado de Vanessa Ingrid, Leonardo Gamito Ribeiro. Em seguida, debaterá o defensor público Ryldson Martins, representando Thiago Oliveira; o defensor público Arthur Loureiro, Victor Uchôa; o defensor público Marcelo Arantes, Nayara da Silva e os advogados de Saulo Pacheco, Leonardo de Morais e ítalo Normande.
De acordo com o magistrado, o júri se estenderá pela tarde, mas a previsão é de que termine ainda hoje. Ontem (23) foram ouvidas três testemunhas e os cinco réus, e o julgamento foi interrompido às 23h40.
Segundo o advogado Leonardo Ribeiro, que defende a ré Vanessa Ingrid, a acusada teria negado seu envolvimento no crime. “Ela teve participação na tortura, mas não no assassinato”, afirmou Ribeiro.
O defensor público Arthur Loureiro, que está na defesa de Victor Uchôa Cavalcanti, e o advogado Leonardo de Moraes, que defende Saulo José Pacheco de Araújo, sustentam que os réus não participaram do homicídio, nem do espancamento.
O defensor público Ryldson Martins alegou que o réu Thiago Handerson Oliveira Santos foi manipulado por Vanessa Ingrid. “Eles eram bem próximos e ela se valia dessa situação para determinar que o Thiago fizesse certas ações. Como moeda de troca dava a ele drogas”.
Já o defensor público Marcelo Barbosa Arantes atua em defesa de Nayara da Silva. “Ela esteve no apartamento junto com as demais pessoas e, naquele ambiente, foi ameaçada e forçada pela Vanessa a participar dos atos de agressão”, afirmou.
*Estagiária