De Arapiraca para Fernando de Noronha: encantos sem fim

12/05/2018 19:56 - Clau Soares
Por Redação
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Para iniciar essa conversa, é necessário dizer que a beleza de Fernando de Noronha nunca será completamente traduzida em fotos ou qualquer relato. Para sentir o que é aquele pedaço de terra em meio ao oceano, é realmente preciso estar lá.

Ao contrário de muitas pessoas que sonham toda a vida em conhecer o arquipélago, eu tinha apenas uma curiosidade comum. Toda a minha falta de expectativa, entretanto, foi substituída por um sentimento de encantamento e deslumbre ao ver de perto as paisagens privilegiadas de terras que, durante longos períodos de sua história, foram utilizadas meramente para fins militares (para proteção do próprio território no século XVIII e como base de guerra em 1942).

Por ser uma ilha, só é possível chegar ao local pelo ar, ou seja, de avião. Cruzeiros estão proibidos. Os voos saem somente de Recife e Natal diariamente e duram, em média, apenas uma hora. Viajei com um grupo de amigos. Fomos de carro (há a opção de ônibus) de Arapiraca até Recife onde embarcamos no voo para Noronha. Abril, maio e junho são os meses de baixa temporada e, por isso, pagamos um pouco menos tanto nas passagens quanto na hospedagem.

Desembarcamos na terça-feira, no final da tarde, e fomos direto ao Bar do Meio para ver o pôr do sol. Lá, tudo é espetáculo. Emociona ver o quanto a natureza foi generosa por ali. Tem que parar, respirar e apenas sentir. A hora de pagar a conta do bar é que não é lá muito feliz. Uma caipirinha sai por R$ 34.90 e a água, R$ 10. Claro que há lugares não tão caros, mas não espere nada tão para menos.

Na quarta-feira, fizemos um tour, com o fotógrafo Santiago Salazar. O dia de sol foi um verdadeiro presente. Passamos pela Capela de São Pedro e pelo Forte de Santo Antônio de onde se tem uma visão espetacular das duas costas do território, o Mar de Dentro e o Mar de Fora. De lá, seguimos para a Praia do Cachorro – o meu cantinho preferido em toda a Ilha. Lá, está o Buraco do Galego que ficou ainda mais famoso depois que Bruna Marquezine fez uma foto no ponto turístico e postou em suas redes sociais.  

Aqui, passamos pelo centro da Vila dos Remédios, um dos locais mais badalados da Ilha. Almoçamos e seguimos para a praia Cacimba do Padre – o destino que é ícone pela presença do Morro Dois Irmãos. Impressionante pela grandeza. Subimos um monte e a visão é de fazer chorar. De um lado, a Baía dos Porcos e, do outro, o Morro Dois Irmãos. Ali, a fé ressurge porque a energia é tão forte que te arrebata. Neste ponto, senti uma força e comoção inexplicáveis. Agradeci aos Céus pela oportunidade.

O próximo ponto foi a Ponta do Caracas. Mais mar, um platô de corais, uma margem com vegetação que lembra um grande campo de trigo. Ao fim da contemplação, nosso grupo se dividiu: uma parte voltou para ver o Pôr do Sol na Cacimba do Padre e o outro voltou para a pousada para descansar.

À noite, conferimos o Festival Gastronômico do Zé Maria. Uma orgia de comidas. Para mim, válida muito mais pela experiência criada pelo proprietário – um dos homens mais famosos do local, o próprio Zé Maria, do que pelos sabores. Sou mais a gastronomia de Alagoas.

Na quinta-feira, fomos à Baía do Sancho. A paisagem tira o fôlego mesmo. Não desci para a praia -que inclui três lances de escadas nada convidativos. Fiquei no mirante e pude ver o cardume de sardinhas que formavam um círculo em torno dos banhistas, as aves em busca de alimento, e toda a energia surreal do lugar. Não à toa, a Praia do Sancho foi eleita, duas vezes, a mais bonita do mundo. O dia estava chuvoso, mas não atrapalhou. Só o passeio de lancha, à tarde, foi em meio à chuva mesmo, mas ainda assim muito divertido e uma vista do mar para a ilha que ainda não tínhamos tido.

À noite, o cansaço bateu e preferi ficar na pousada. Na manhã de sexta, fomos ao Tamar, bem ao lado da nossa pousada, a Aleffawi, para ver lembrancinhas. Como sempre, tudo meio salgado. De lá, seguimos para o  Museu dos Tubarões. Mais uma vista perfeita, além dos cenários para fotos com o trono do tritão e a cauda da sereia e opções de souvenirs. Nosso tempo foi embora e retornamos para a pousada para o check out. Almoçamos em um restaurante local e partimos para o aeroporto – melhor lugar para comprar as lembrancinhas – deveria ter esperado para comprar lá.

Não deixei meu reino por lá. Dividi as passagens e a hospedagem no cartão de crédito. Comprei o pacote em uma agência de viagens, em Arapiraca. Levei dinheiro em espécie para alimentação, passeios e taxas (são duas: de Taxa de Preservação Ambiental que está em R$ 70,66 - por dia de permanência e o ingresso para o Panamar, R$ 97, que dá acesso a vários locais, inclusive à Praia do Sancho).

Viagem perfeita, surpreendente, e que vou sempre recomendar. Para quem quer levar filhos pequenos ou pessoas com dificuldades de locomoção, adianto que a Ilha tem pouca preocupação com acessibilidade. Para chegar aos locais, haja caminhadas e degraus. Os próprios moradores que vivem na Ilha para trabalhar, a maioria é do continente, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas, não podem contar com muito conforto. Para se ter uma ideia, nem maternidade tem e as gestantes são obrigadas, literalmente, a irem à Recife para fazer o parto. Para os menos atentos, nem se percebe essa parte “vida real” da Ilha...

(P.S.: Gratidão aos companheiros de viagem: Fabrício Azevedo, Maíra Nazário, Márcia Acioly, Petra Rani e Eduarda Azevedo que me incentivaram a embarcar na aventura e curtir tudo.)

Vejam na galeria algumas das imagens!

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