“Holocausto” nas prefeituras foi adiado

19/04/2018 15:14 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

No dia 6 de outubro do ano passado, a Associação dos Municípios Alagoanos realizou uma reunião de emergência. O tema do encontro era a situação “dramática” dos cofres nas prefeituras do estado. Reafirmando a tradição do chororô, os senhores prefeitos denunciaram a iminente falência generalizada, segundo eles, em decorrência do arrocho promovido pelo governo federal. Em diversos municípios, houve demissões de servidores em cargos comissionados.

 

Na época, o presidente da AMA e prefeito de Cacimbinhas, Hugo Wanderley, lançou uma previsão assustadora. Segundo o abastado filho das elites alagoanas, ou a União aumentava os repasses aos gestores das cidades, ou as populações mergulhariam no “holocausto”. Suas declarações foram gravadas e reproduzidas por toda a imprensa. Nunca houve tanto drama.

 

Segundo o prefeito, o quadro se agravaria até o fim de 2017. Depois do corte de pessoal, tudo poderia acontecer. Vamos lembrar o que ele disse: A situação é preocupante. Todos os municípios estão sofrendo. Temos obras paradas em todos os cantos. Estamos bancando todos os serviços básicos dos municípios. As demissões são inevitáveis. A ordem era pressionar Brasília a abrir a torneira de socorro.

 

Se o panorama era desesperador nos últimos meses de 2017, para o ano seguinte, as trevas cobririam nosso futuro. Relembre mais um pouco das previsões do presidente da AMA para 2018: Para piorar mais ainda pro próximo ano, nós recebemos uma análise do orçamento enviado pelo governo federal em que se aponta o cenário de um verdadeiro holocausto aqui no Brasil. Seis meses depois, estamos vivos. Ufa!

 

Agora, Hugo Wanderley, o profeta do caos e do fim do mundo, está de volta. Sua dilacerante preocupação é o projeto do governo federal que eleva o salário mínimo dos atuais 954 reais para 1.002 reais no ano que vem. Um reajuste de 48 reais. De novo, o presidente da AMA cobra aumento nos repasses da União. Dessa vez, segundo publica a Gazeta, o homem foi mais comedido: Por menos que seja, o reajuste sempre causa um grande impacto, porque a base salarial dos municípios é o salário mínimo.

 

Embora mais discreto, vejam que ele já prevê a dureza nas contas lá no futuro, mais ou menos daqui a oito ou nove meses. É um gestor com visão de longo alcance. De todo modo, já estou preocupado com a sucessão dos fatos. Afinal, como 2017 passou, e 2018 vai chegando perto da metade, é possível que 2019 seja o ano do apocalipse – o tempo do holocausto. Bora ajudar as prefeituras?

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..