Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, do qual também foi presidente, Joaquim Barbosa é um dos mais novos filiados do PSB, o Partido Socialista Brasileiro. Sua iniciativa tem como objetivo principal ser candidato a presidente da República, embora isso ainda não esteja decidido na legenda. Barbosa avaliou mais de um convite até optar pela sigla associada ao campo da esquerda.

 

Olha aí uma notícia que é pedagógica no atual panorama da vida pública brasileira – especialmente diante da militância política que toma conta de setores do Judiciário e do Ministério Público Federal. Barbosa entrou no STF em 2003 e ficaria até 2030, quando completa 75 anos idade. Mas renunciou ao posto em 2014, abrindo mão de 16 anos de exercício do cargo de ministro.

 

A conduta do ex-presidente do STF deveria servir de modelo para boyzinhos do MPF e marmanjos da Justiça que fazem política sob a fantasia da toga. Magistrados e procuradores que trocam os autos do processo pelo circo das redes sociais cometem um atentado ao bom Direito. Atuando como agentes de tribunais de exceção, julgam e condenam pelos teclados da histeria virtual.

 

Joaquim Barbosa foi o relator do mensalão, que condenou José Dirceu e outros nomes ligados ao PT, no escândalo que explodiu em 2005. Foi a partir desse caso que o então ministro passou a ser lembrado como potencial nome com qualidades para a renovação da política. Nem entro no mérito de tal entendimento. De todo modo, ele escolheu o rumo certo ao renunciar à toga.

 

É o contrário do que fazem figuras como Marcelo Bretas e Deltan Dallagnol. O celerado juiz do Rio de Janeiro e o procuradorzinho de Curitiba representam o grau máximo de devassidão no exercício de cargos que exigem seriedade e recato. Não são os únicos, é claro, a cometer abusos em série protegidos pela força descomunal de suas corporações. Uma bizarrice que hoje é moda.

 

Apesar do bom exemplo de Joaquim Barbosa, não acalento expectativas sobre a patota do Judiciário e do MPF que escolheu a militância e maltrata a Constituição. Deltan, Bretas e assemelhados se pretendem faróis do povo, mas não passam de aberrações que afrontam os princípios de isenção e imparcialidade da Justiça. A politicagem togada segue a cada dia mais insolente.