A Semana Santa é uma data religiosa católica que celebra a Paixão, Morte e ressurreição de Jesus Cristo. Segundo a tradição, ela tem inicio no Domingo de Ramos, que marca a entrada de Jesus em Jerusalém e termina no Domingo de Páscoa, com a ressurreição de Cristo após ser crucificado.

A Páscoa é considerada a mais importante festa cristã, é também a mais antiga. Ela não tem uma data fixa no calendário, pois depende da data em que a Quarta-Feira de Cinzas acontece, sempre 47 dias antes. A festa não acontecerá nem antes de 22 de março, nem depois de 25 de abril.

Além do catolicismo, há outras denominações religiosas e a Páscoa tem significado diferente em cada uma delas. Evangélicos (protestantes ou pentecostais), espíritas, umbandistas, candomblecistas, judeus e adeptos de tantas outras doutrinas. Entenda como é a Páscoa para algumas delas.

Católicos

É a festa mais importante celebrada pela Igreja. A preparação começa logo depois da Quarta-Feira de Cinzas, na Quaresma, onde se iniciam os dias santos. Os fiéis aproveitam o período para viver a santidade através de jejuns, penitências e acompanhar a programação festiva.

Durante a semana cada dia tem um significado para o catolicismo. Na segunda-feira (26) é o dia em que Maria ungiu Cristo. Terça-feira (27) é o dia em que a figueira foi amaldiçoada. Quarta-feira (28) dia das Trevas, na quinta-feira (29) Benção dos Óleos, Lava-pés, também celebra a última ceia com os apóstolos. Na sexta-feira (30) é lembrada a morte e Paixão de Cristo, não há celebrações de missas, apenas leitura e adoração da cruz.

Já no Sábado de Aleluia (31), as celebrações iniciam com a missa de Vigília. No domingo (1º) acontece a grande festa de Páscoa, que celebra o triunfo da vida sobre a morte, do bem sobre o mal.

Os católicos adotaram o coelho, representando a fertilidade e a esperança de uma vida nova, como um símbolo da Páscoa. Há também os símbolos litúrgicos como o círio pascal – que significa fogo novo- e a água, que é abençoada.

Judeus

Para os judeus a Páscoa está ligada há um acontecimento de mais de 3.300 anos. O Pessach (Passagem) é a festa determinada pelo Eterno e simboliza a libertação do povo judeu do cativeiro do Egito.

O empresário alagoano e judeu nazareno, Flávio Lima, explica que o judaísmo se divide em basicamente dois grupos, os que creem que Yeshua era o Messias, os judeus nazarenos, e os que ainda esperam sua vinda, judeus ortodoxos. “A diferença entre judeus e cristãos em relação à Pessach – Páscoa – está no que se refere ao período de comemoração, motivo e alimentação”, explica Flávio Lima.

A diferença na comemoração é que os ortodoxos comem carne de cordeiro e demais ingredientes da ceia determinada pelo Eterno. Já os nazarenos não comem carne de cordeiro, pois, segundo sua crença, Yeshua foi o último cordeiro sacrificado e depois dele nenhum animal deveria ser sacrificado ao Eterno com esse objetivo.

A Páscoa judaica (Pessach) começa no início da noite desta sexta-feira (30) e vai até o início da noite do sábado, sete de abril.

Evangélicos

Os evangélicos creem na ressurreição de corpo e da alma de Jesus Cristo, para eles, a Páscoa representa a grande festa da vida e a esperança concreta para a salvação da humanidade perdida em seus pecados.

De acordo com o presidente da Assembleia de Deus em Alagoas, Pastor José Orisvaldo Nunes, Páscoa é o memorial da libertação espiritual e é representada na Santa Ceia.

“A única relação da igreja evangélica com a Páscoa é a celebração da Santa Ceia do Senhor, mas essa celebração não é feita uma vez por ano, ela é feita, na maioria das vezes, uma vez ao mês. Todos os meses nós nos celebramos para recebermos o pão e o vinho, memória sagrada do corpo e do sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo”, salientou.

Ainda segundo o pastor, os evangélicos não celebram a data como as demais igrejas históricas, com cerimônias, coelhos e ovos, pois não são heranças neotestamentárias, ou seja, surgiram após o novo testamento.

“Aproveitando os dias de Páscoa, muitas igrejas evangélicas fazem cantatas, encenações, fazem dramatizações sobre a morte e ressurreição de Jesus, aproveitando o dia para evangelizar. A gente prega sobre a morte e ressurreição, usa o tempo para explicar ao povo o significado da Páscoa, mas as igrejas evangélicas não tem uma liturgia específica para a data”, ressaltou o pastor.

Espíritas

Os espíritas não realizam nenhum ritual ou culto à simbologias durante a Páscoa. Para a religião a data é caracterizada pela renovação interna e evolução espiritual.

Segundo a estudiosa da doutrina, em Alagoas, Silvânia Santana, a data dá sentido a renovação de si mesmo.

"A Páscoa para nós significa libertação, se seguimos os ensinamentos, e denota a libertação dos hebreus escravizados no Egito. Jesus ceifou a morte e mostrou que somos espíritos mortais, vindo nos libertar dos pecados”, observou Silvânia.

Umbandista

Segundo o babalorixá, pai Roberto de Xangô, durante o período da Quaresma muitos terreiros de candomblé paralisam as atividades. É o chamado período de Olorogun.

“O Olorogun é um período em que não há nenhuma atividade dentro da nossa religião. Os Orixás voltam à sua terra natal para se revitalizarem e se renovarem. Nós nos resguardamos e nos purificamos para o momento do retorno, no sábado de Aleluia, quando realizamos uma cerimônia para chamá-los de volta e darmos continuidade as funções dentro da religião, com a hierarquia do candomblé”, explicou pai Roberto.

Entre outras religiões, Budistas e mulçumanos não comemoram a Páscoa. Ambas as doutrinas têm seus próprios calendários e determinam suas festas. No budismo a mais importante delas é data de nascimento, iluminação e morte do Buda, Hanatmatsur. Já os mulçumanos têm o Ramadã, que marca o mês em que foi revelado o Alcorão.

 

*Estagiária