Rui Palmeira e a candidatura que foi sem nunca ter sido

13/03/2018 01:40 - Blog do Celio Gomes
Por Redação
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Marcelo Palmeira, o vice-prefeito, já era tratado como titular entre servidores e secretários na Prefeitura de Maceió. E isso era, até ontem, uma consequência natural da virtual candidatura de Rui Palmeira a governador. Ocorre que o prefeito da capital anunciou, na noite desta segunda-feira 12, que não é candidato nas eleições de outubro. O vice terá que readaptar seus planos de poder, em harmonia com o chefe, pelos próximos dois anos. Consta que a relação entre os dois é de paz.

 

As especulações publicadas aqui, ali e em todos os lugares traçavam os mais diversos – e completos – cenários com Rui na disputa ao governo. Houve informações sobre reforma no secretariado para acomodar aliados – e até a lista de possíveis nomes para o lugar de vice na chapa. A cada movimento na costura de alianças, uma novidade afetaria tanto o ambiente político quanto a gestão municipal. E assim a máquina vem sendo tocada há quase um ano. Como ficará a partir de agora?  

 

Fato é que mudanças significativas só ocorreram em setores da prefeitura porque todos acreditavam na candidatura de Rui. Se ele nunca disse que seria candidato, também jamais indicou de forma direta que descartasse tal hipótese. No vídeo em que anuncia que não disputará a eleição, Rui afirma ter ouvido a família e lideranças políticas. Não cita nomes, a não ser num agradecimento “especial” ao vice Marcelo Palmeira. E os caciques amigos? Oscilam entre a surpresa e a hostilidade.

 

O prefeito de Maceió poderia ter esticado o suspense até abril, limite do prazo estabelecido na lei eleitoral. Aliás, em algumas entrevistas ele insinuou que faria isso mesmo – mas preferiu a prudência: agindo agora, Rui desamarra os partidos para negociar alternativas. E não se pode esquecer que até 7 de abril a troca de partido está liberada – um movimento que pode afetar legendas alinhadas ao prefeito. Suponho que toda essa agitação produz agora debates inflamados entre aquelas lideranças.

 

O que pesou mais na decisão de Rui? Falta de dinheiro para a campanha ou dificuldades para fechar coligação? Suspeito que não há uma causa exclusiva. O panorama geral levou o prefeito à escolha que sempre me pareceu a mais correta, ou seja, cumprir o mandato até o fim. Agora todo mundo quer saber: quem será o candidato a governador apoiado pelo bloco liderado por PSDB e DEM? Já pulam na praça os mais variados nomes. Não faço ideia do que pode pintar logo mais.  

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