Nossas universidades públicas e uma disciplina sobre o “golpe” de 2016

01/03/2018 17:45 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Será que a Universidade Federal de Alagoas vai criar, nos cursos de ciências humanas, a disciplina que acaba de ser criada pela Universidade de Brasília? Como o leitor deve saber, estou falando da decisão tomada pela UnB, e já seguida por outras universidades, de instituir uma nova matéria para seus estudantes, cujo título entrega o que será ensinado: O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil. A iniciativa prova que, na academia, a militância de esquerda não tem limites.

 

Eu disse “esquerda”, mas talvez o mais correto seja falar em militância partidária. E praticar doutrinação em nome de preferências por partidos políticos, nas bancas universitárias, é um equívoco mortal. É preciso entender, porém, que a invencionice da UnB está longe de representar uma grande surpresa. Justamente pelo perfil que sempre tiveram as universidades públicas, é cem por cento natural que tenhamos agora uma disciplina para aplicar lições sobre as ideias do PT.

 

Tenho certeza de que neste momento alguns professores da Ufal já discutem os caminhos para seguir a trilha da UnB. É bem provável que o mesmo ocorra em nossa universidade alagoana, a Uneal. Aliás, nesta última, suspeito que até a Reitoria esteja engajada na causa. Como disse, tal postura é natural, está na alma “progressista” dos intelectuais que dominam o ambiente universitário. Primeiro, as ideias da minha turma; depois, também.

 

Na Ufal, além das ciências sociais, aposto que o Departamento de Comunicação – onde fica o curso de Jornalismo – deve estar animadíssimo com a ideia da disciplina sobre o “golpe”. Por lá, sempre houve a maior concentração de petistas por metro quadrado de Maceió. E para ministrar a matéria, não haverá problema, afinal professores já fazem na prática o que a ementa prevê: propaganda das ideias alinhadas ao PT e companhia. Sem dúvida, vamos formar militantes aguerridos.

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