Os blocos do governador Renan Filho e do prefeito Rui Palmeira

05/02/2018 01:46 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

O governador Renan Filho e o prefeito Rui Palmeira foram ao mesmo evento neste fim de semana. Ambos prestigiaram a folia do patrimônio imaterial da cultura alagoana, o fenômeno carnavalesco Pinto da Madrugada. Não sei se chegaram a se encontrar, ou se não há mais clima para isso em ano eleitoral em que os dois podem se enfrentar nas urnas. Com duzentas mil pessoas na avenida, segundo informação da TV Gazeta, o evento atrai políticos ávidos para testar a popularidade.

 

Também não sei nada sobre a reação dos foliões diante dos gestores da capital e do estado. Não dá para dizer se saíram do frevo mais confiantes, ou não, quanto às chances de voto. Convenhamos que a ocasião não é a mais adequada para tirar esse tipo de conclusão; afinal de contas, para resistir ao calor e ao cansaço na folia, muita gente recorre a estimulantes recreativos, como a boa e velha cervejinha gelada. Na empolgação, por óbvio, a sobriedade geralmente desaparece.   

 

Renan e Rui vivem situações opostas e, por isso mesmo, cada qual lida com variáveis distintas, contra e a favor de suas pretensões. O primeiro é candidato natural, uma vez que busca a reeleição ao governo; já o segundo, enfrenta o maior dilema de sua carreira política, ao ter de decidir se vai mesmo deixar a prefeitura para tentar a eleição. A dúvida ganha ares dramáticos com a pressão ostensiva dos aliados, dentro e fora da administração municipal.

 

Assim, no carnaval do Pinto, o bloco do governador era só harmonia; porque não existe, para ele, esse drama de ser ou não ser. Sua candidatura está sacramentada desde sempre, o que deixa sua tropa alinhada para o ataque, ou seja, para a campanha. O prefeito, ao contrário, navega num barco dividido, num bloco em que alguns passistas preferem a concentração enquanto outros já carregam o estandarte na comissão de frente. Em abril, o mais cruel dos meses, sai a decisão.

 

Foi o próprio prefeito quem afirmou, mais de uma vez, que só anuncia seu destino eleitoral lá adiante, daqui a ainda dois meses. Ocorre que muitos em seu bloco não se conformam com o que consideram uma perigosa demora. Cobram uma posição imediata para que possam agir logo na direção de uma estratégia de disputa. Reafirmo o que já escrevi aqui: a eleição para Rui é uma aventura complicadíssima e arriscada. A opção mais inteligente é cumprir o mandato até o fim.

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