1. Numa prova de que as coisas avançam, o novo conservadorismo no Brasil já encontrou suas apostas de alto nível para a eleição presidencial de 2018. Estou falando de Jair Bolsonaro e Luciano Huck. O mito pistoleiro e o Lata Velha representam o melhor da direita esclarecida. Que coisa!

 

2. A Folha de S. Paulo deste domingo revela mais um caminhão de casos de juízes que, mesmo com residência própria, recebem o auxílio-moradia. Um deles tem nada menos que 60 imóveis e, ainda assim, embolsa a mamata desavergonhadamente.

 

3. Acostumados à bajulação de todos os lados, de repente magistrados estão tomados de ódio com a onda de denúncias sobre a farra do auxílio-moradia. Se pudesse – e parece faltar pouco para isso –, a república das togas mandava prender todo mundo que ousa apontar a safadeza.

 

4. Internautas que se manifestam neste espaço recorrem ao mesmo argumento dos juizinhos marajás para justificar os privilégios no Judiciário. É tudo legal, dizem essas vozes em defesa da casta. Eu sei, rapaziada, que está na lei. Há só um probleminha: é escandalosamente imoral e indecente.

 

5. Pelo tom dos que se manifestam, há uma defesa da mamata apenas porque Sergio Moro e patota são inimigos do sapo barbudo Lula. É um raciocínio torto, segundo o qual vale tudo contra meus inimigos. E é um ponto de vista de acordo com a histeria geral das redes sociais.

 

6. Vamos ao que interessa. O Corinthians acaba de eleger seu novo presidente para um mandato de três anos. O escolhido é Andrés Sanches, deputado federal enrolado em suspeitas no trato com dinheiro público. Por isso, o futebol brasileiro é o que é. Torcedor gosta de cartola bandido.  

 

7. “Não é não”, tá sabendo disso? A negativa duplicada é o novo slogan do politicamente correto que invadiu até os blocos de carnaval. O engraçado é ver as figuras televisivas mais cretinas do pedaço posando de consciência moral coletiva.

 

8. O discurso de respeito ao “não” da mulherada é a nova palavra de ordem em um novo mundo. É o que garantem filósofos, cientistas, jornalistas e, claro, a publicidade. Quando uma suposta causa humanitária, digamos assim, vira slogan de anúncio de carro, celular e sabonete, a sombra da pilantragem me parece resumir o fenômeno.

 

9. Não acredito em onda conservadora, muito menos em infiltração comunista. Agora uma coisa parece evidente: vivemos um tsunami da fé religiosa, especialmente a católica. Nunca vi tanta militância política em defesa do Espírito Santo. Dublês de intelectuais arrastam Jesus à guerra santa.

 

10. Prévias de carnaval. Sou obrigado a engolir imprensa e políticos a alardearam o Pinto da Madrugada como patrimônio imaterial da cultura alagoana. Nossa Senhora! Mas faz sentido. Na terra em que nada se leva a sério, qualquer presepada se impõe como verdade.

 

11. Animado para a folia? Também estou na pilha. Sem abadá customizado, faz algumas décadas que me engajei no famigerado Bloco do Eu Sozinho.