Na eleição de 2018, será difícil saber quantos candidatos em Alagoas (e no país) não respondem por acusações de corrupção. Na noite deste domingo 7, mais um político alagoano entrou na lista dos que têm muito a explicar sobre atos suspeitos na gestão dos cofres públicos. Trata-se do ministro do Turismo, Marx Beltrão, ex-prefeito de Coruripe, no litoral sul do estado.
Após investigações, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal acusam Marx Beltrão de, no comando da prefeitura, ter desviado mais de 40 milhões de reais destinados à educação. Uma rede de laranjas, com dezenas de pessoas e empresas fictícias, foi montada para fraudar licitações. O esquema tem detalhes inusitados, como um mesmo contador para diferentes empresas.
O caso foi revelado no Fantástico, da Rede Globo, numa reportagem de quase oito minutos, uma enormidade quando se trata de TV. Por configurar uma situação típica de desvio de verbas, a história foi encaixada no quadro permanente que tem aquele sugestivo nome. “E agora, senhor ministro, cadê o dinheiro que tava aqui”, pergunta Tadeu Schmidt durante a narração da reportagem.
O Fantástico exibiu entrevistas com Marcelo Lobo, procurador da República em Alagoas, e Daniel Granjeiro, delegado da PF. A dupla detalha a estratégia armada pelo grupo para fraudar as licitações e sumir com o dinheiro do transporte escolar, da merenda e de ações diversas na educação. Delegado e procurador são contundentes em acusar a “organização criminosa”.
Os envolvidos negam tudo. O ministro Marx Beltrão se pronunciou por meio de nota oficial. Disse não ser alvo da investigação e negou qualquer ilegalidade com os recursos da prefeitura. Agora é esperar pelos desdobramentos da denúncia no âmbito judicial. Quanto aos estragos políticos e eleitorais, o ministro, candidato a senador, vê seu projeto estremecer.