O Natal está chegando, e com ele, as lojas se enfeitam, as fachadas das residências acompanham o clima, as confraternizações pipocam a cada semana, e nessas ocasiões surgem as tradicionais perguntas: Como você está? Como vai a família?
Independente do clima natalino, vos pergunto e gostaria que você respondesse a si mesmo: será que maisuma vez você negligenciou suas necessidades, ou, por falta de tempo deixou de dedicar amor e carinho aos seus entes queridos? Para Sigmund Freud, o pai da psicanalise, o indivíduo não deve ser compreendido fora de seu ambiente.
Portanto, antes mesmo de sair por aí gastando o seu 13º salário, faça uma auto avaliação; pare e observe o que os seus filhos, companheira (o), e pais esperam de você, ou melhor, o que você tem feito por você? Lembremos que não se pode oferecer o que não se tem! E, para tal, é imprescindível que você seja honesto consigo mesmo reconhecendo os próprios sonhos e desejos; e quanto destes você vem protelando e postergando, ou até mesmo já os esqueceu.
Antes mesmo de se prontificar a ser um bom filho, pai, irmão, amigo, amante ou companheiro, seja assim mesmo para você; o cotidiano está cheio de pessoas inseguras, que sabem de suas necessidades, mas não se sentem encorajadas a levantar e buscar as próprias metas. Seja porque estão desacreditadas de si ou dos outros, ou porque esperam que o incentivo venha de uma figura de autoridade, ou de um ente querido, por quem possam se sentir amadas, ou seja, muitas vezes o seu sucesso pessoal, profissional e familiar está associado a velha e conhecida dinâmica do Dá e do Receber, mas, principalmente, de quem se espera algo que muitas vezes não vem ou não veio e na dificuldade em se doar para o outro na proporção que gostaria de receber ou de ter recebido. As carências afetivas vividas e sentidas na infância muitas vezes não ficaram na infância, cresceram contigo e assim como você, esperam ser atendidas.
Não se engane, a maior parte do insucesso que visualizamos se deve aos tropeços nas próprias carências oriundas da infância e ainda negligenciadas na maturidade. Lembre-se, você pode até ter motivos para estar magoado, mas não deve alimentar essa mágoa. Deixe o passado no passado. O presente é uma dádiva da qual você não terá mais direito a troca, como ocorre com as lembrancinhas das confraternizações.
Muitas vezes é mais conveniente e confortável responsabilizar o outro pelo seu próprio insucesso, e isso é perfeitamente compreensível! Mas você não pode fazer o mesmo com a sua felicidade. O seu bem-estar e o das pessoas que estão ao seu redor depende de cada um. Não queira ser o responsável pelo sucesso ou insucesso alheio. O seu maior compromisso é com você. Pois quando se cresce, as pessoas que estão ao seu lado crescem juntas.