Lances da eleição para governador

30/11/2017 00:08 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

No meio político, ao que parece, ninguém mais tem dúvida: o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, deixará o cargo para disputar o governo estadual em 2018. Será um duelo entre pesos pesados, afinal, o adversário do tucano é o governador Renan Filho, que vai com a faca nos dentes em busca da reeleição. A essa altura, somente uma bomba fará o prefeito mudar de ideia e ficar no cargo.

 

É verdade que Rui Palmeira mantém silêncio sobre o caminho a seguir. Nem confirma a candidatura, nem desmente a boataria que tomou conta dos bastidores e também dos holofotes. Nesse aspecto, segue o roteiro geralmente previsto nessas ocasiões. Embora sob intensa pressão dos aliados, ele deve deixar o anúncio da eventual candidatura para o limite do prazo legal.   

 

Ministros, deputados e vereadores, entre outras lideranças, empurram o prefeito para a eleição. Mas um dos que mais desejam a candidatura de Rui é o vice-prefeito Marcelo Palmeira. E o motivo é um só: o vice sonha, todos as noites, com a cadeira do titular, assim que ele deixar o posto para entrar na campanha. Marcelo ganha dois anos de mandato e se credencia para tentar a reeleição em 2020.

 

Se os aliados têm certeza sobre a candidatura de Rui, os adversários não ficam atrás. Por isso, os movimentos do governador Renan Filho estão devidamente pautados por esse virtual cenário. As prioridades nas ações de governo contemplam uma atenção cada vez maior às demandas da capital. A ordem é produzir qualquer coisa que sirva, lá na frente, como credencial na campanha.

 

No exemplo mais concreto dessa investida do governo em Maceió, parece até um tanto exagerada a publicidade oficial sobre as grotas e favelas da cidade. Você já percebeu que, todo dia, em vários horários, a propaganda do governo na TV exalta uma “revolução” promovida por obras nessas áreas da capital. É o governo tentando emplacar a ideia de que resolve onde a prefeitura falha.

 

Se o governador ataca na capital para turbinar o discurso no embate com o prefeito, Rui costura alianças que garantam fortalecer seu nome no interior do estado. É algo vital para ele. Afinal, vem dos municípios a munição mais calibrada em favor dos Calheiros. Por isso, a guerra pelo apoio de prefeitos já produz lances dramáticos, com desconfianças e traições no horizonte.

 

Numa campanha eleitoral, a acusação mais leve contra um adversário é a de incompetência. O ataque mais grave, claro, é apontar suspeita de corrupção sobre os atos do rival. Nesse campo minado, o medo bate em todas as frentes, algo decorrente da avalanche da operação Lava Jato. Honestidade, moralidade, ética: Rui Palmeira e Renan Filho serão confrontados sobre tais valores.

 

A partir de agora, reta final de 2017, a atuação de cabos eleitorais e marqueteiros entra em novo ritmo, bem mais acelerado. Quando a virada para 2018 chegar, a chamada pré-campanha já estará pegando fogo. A eleição promete.

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..