Procuradores querem decidir o seu voto

28/11/2017 16:51 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Voltei. Como vocês sabem, procuradores do Ministério Público Federal deram uma entrevista coletiva nesta segunda-feira para falar sobre combate à corrupção. O encontro reuniu integrantes do MPF do Rio, São Paulo e Curitiba. Na verdade, a patota, mais uma vez, protagonizou um espetáculo de proselitismo político e evidente autoritarismo. Os rapazes e mocinhas da Procuradoria da República pretendem decidir por nós quem devemos eleger no ano que vem.

 

Deltan Dallagnol, sempre ele, o procurador descrito em site de negócios como um profissional “de bochechas rosadas e perfil longilíneo”, foi claro: “2018 será a batalha final da Lava Jato porque as eleições determinarão o futuro da luta contra a corrupção em nosso país”. A afirmação é uma falácia, uma dessas cretinices formuladas com ares solenes para emplacar uma ideia demagógica.

 

Nunca soube que estivesse entre as prerrogativas do MPF decidir em quem o brasileiro deve eleger para mandatos políticos, no Congresso e no Poder Executivo. Aliás, o papel do MP vem sendo reescrito por esse bando de deslumbrados, um pessoal que está no topo da pirâmide, com salários, privilégios e mordomias inimagináveis para a multidão de cidadãos comuns.

 

É necessário renovar a política, diz a tropa da Lava Jato, como se o país dependesse de togados para nos ensinar alguma coisa. A entrevista coletiva de agora não tem um motivo concreto, nada sobre os casos em investigação. É que a cada temporada a turminha inventa alguma marmota como pretexto para fazer política, como ocorre desde que começou a onda dessas operações.

 

O combate à corrupção virou a expressão mágica para justificar todos os abusos cometidos pelo MPF, com o braço armado da Polícia Federal. Como já escrevi aqui, autoridades não têm licença para infringir a lei em nome de qualquer investigação. Isso é coisa típica de regimes autoritários. Mas, como mostram os fatos, esse é o método cada vez mais adotado pelo Ministério Público.

 

Dallagnol, Carlos Fernando e assemelhados devem estar tristes com a decisão de Luciano Huck. Com a desistência do animador de auditório – a lata velha com maquiagem – de disputar a eleição presidencial, perderam uma alternativa de incrível renovação. Mas eles não desistem. A essa altura devem estar avaliando opções. Enquanto isso, já estão de olho no próximo holofote.

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