A violência que desafia o Estado

30/10/2017 16:44 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

A redução nos índices de violência foi uma das promessas do então candidato a governador Renan Filho na campanha eleitoral de 2014. Vitorioso na disputa, ele chega à reta final do terceiro ano de mandato com poucos resultados a comemorar nessa área. É verdade que o índice de homicídios caiu em Maceió, mas cresceu nas demais regiões do estado.

 

É o que mostram os novos dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta segunda-feira. É claro que não se pode exigir do atual governo o milagre de resolver uma calamidade construída ao longo de duas décadas. A criminalidade encontrou solo fértil para o crescimento descontrolado durante as gestões de Ronaldo Lessa e Teotonio Vilela Filho.

 

Mas não adianta jogar a culpa no passado e minimizar os números dramáticos que estão aí. O governo alega ter feito os investimentos necessários em segurança – o que não parece o suficiente para enfrentar um problema desse tamanho. Onde estariam, então, as soluções para se obter resultados de fato significativos? Não sei. Pelo visto, as autoridades também não sabem.

 

Na política de segurança, um erro fatal continua sendo cometido com afinco. Refiro-me ao discurso do “prendo e arrebento”, tão ao gosto da demagogia populista que embala políticos e gestores da área. É uma atitude que vende facilidades e tenta enganar a sociedade na base do voluntarismo, com ações puramente publicitárias. Rende fotos e imagens para TV. E só.

 

De uma coisa temos certeza. No ano que vem o tema estará no centro de mais uma campanha eleitoral. E isso quer dizer que seremos alvo, de novo, das piores mistificações acerca de um grave problema que requer seriedade e iniciativas avançadas. Tem sido assim desde os tempos em que o criminoso mais perigoso era o famoso ladrão de galinha.

 

Com promessas mirabolantes e ideias que repetem as sandices de um coronel Amaral da vida, Alagoas não vai longe no enfrentamento dos altos índices de assassinato. A violência segue desafiando o poder público, que continua falhando na missão de garantir um cotidiano de paz para os alagoanos. Menos espetáculo e mais inteligência. Uma saudável receita começa por aí.

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