Entre Lula e Bolsonaro

29/10/2017 16:08 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

E como tudo passa pelas eleições de 2018, aí está o novo Ibope trazendo números que, mais uma vez, deixam analistas perdidos diante do que para muitos não há explicação. O levantamento confirma o ex-presidente Lula como favorito na corrida pelo Palácio do Planalto. Como isso é possível? Por que uma população escolhe um condenado por corrupção como alternativa para governar o país?

 

A pesquisa revela que Lula tem 35% da preferência do eleitorado. Em segundo lugar, aparece o deputado Jair Bolsonaro – o candidato abominável sob todos os critérios – com 13% das intenções de voto. Atrás deles estão Marina Silva, tucanos, Huck e Ciro Gomes, aquele coronel cearense que tenta em vão vender a imagem de moderno, mas não consegue se livrar de sua truculência provinciana.

  

É um drama inédito na história nacional. O candidato que lidera nas pesquisas, ou seja, que tem a confiança de mais de um terço dos eleitores, não sabe se vai mesmo concorrer. A resposta está nas mãos do Judiciário. Condenado pelo juiz Sergio Moro, Lula aguarda o julgamento de recurso em segunda instância. Caso seja derrotado, fica impedido de disputar a eleição.

 

No caso de condenação pelo Tribunal Regional Federal, Lula pode até ser preso – e isso será decidido a poucos meses da eleição. É um cenário cujo ineditismo pode produzir situações imprevisíveis. Independentemente de nossas posições, fato é que, dos arautos da Lava Jato aos seus maiores inimigos na política, ninguém contava com a incrível resistência da popularidade de Lula.

 

Caso possa concorrer, pelos dados de agora no Ibope Lula faria um segundo turno com Bolsonaro. Então os brasileiros estariam diante dessa escolha elementar. O que lhe parece mais confiável? Já pensou o Brasil governado pelas ideias de um elemento que prega o que há de mais atrasado e obscuro nesse mundo? Esse é o tal Bolsomito, como é chamado por sua turma de fanáticos.

 

Decididamente, não vejo como dispensar alguma simpatia a alguém que estimula todo tipo de preconceito e intolerância – além de argumentar mais pelo cano de um revólver do que pelo pensamento lógico. Bolsonaro é a degradação da vida pública, a personificação dos valores mais perniciosos numa sociedade. Não dá nem para iniciar uma conversa.

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