PF investiga: prefeito de Olivença gastou R$ 60 mil em uma banda para emancipação política
Na manhã dessa quinta-feira (21), a Polícia Federal (PF) desencadeou uma operação para apurar desvios de recursos públicos na prefeitura da cidade de Olivença. Segundo o delegado Daniel Silvestre, houve superfaturamento em pagamentos de shows musicais para a emancipação política do município. Em dois anos consecutivos, a cantora Samyra Show e Forró 100% se apresentou na cidade com um cachê de R$ 60 mil.
No ano de 2016, para comemorar os 57 anos da emancipação política, o prefeito José Arnaldo contratou as bandas Samyra Show, Cavaleiros do Forró e Forró Master. Já em 2017, na comemoração de 58 anos, a prefeitura de Olivença contratou, pela segunda vez, Samyra Show.
De acordo com a publicação no Diário dos Municípios, no dia 30 de janeiro, a prefeitura pagou R$ 60 mil para o show da Samyra Show. Ainda segundo a publicação, a empresa passou por processo licitatório através da “Contratação Direta de Serviços Especializados”.
O delegado da PF, Daniel Silvestre, ressaltou que a investigação ainda segue, mas que tudo indica que havia superfaturamento nos shows da festa da emancipação. “Estamos aprofundando a investigação para saber se houve superfaturamento em outras ocasiões”, comentou. Quando perguntado sobre a estimativa, o delegado respondeu que cerca de R$ 50 mil foram desviados de recursos da prefeitura.
“Por exemplo, se uma banda era R$ 15 mil, pagavam a banda com R$ 10 mil e R$ 5 mil voltavam para a prefeitura de Olivença”, contou Daniel.
Daniel Silvestre também informou que nas cidades de Santana do Ipanema, no estado do Ceará e Pernambuco, estão sendo investigados se os empresários tiveram alguma relação com o desvio. Entretanto, Silvestre confirmou que o desvio se deu apenas na prefeitura de Olivença e não nas outras cidades.
A reportagem tenta contato com os empresários da banda Samyra Show e com o prefeito de Olivença, mas até a publicação desta matéria, não conseguiu.
Outra operação
Em outubro de 2016, uma operação da PF com a Receita Federal identificou que empresas ligadas à A3 Entretenimento não declararam R$ 167 milhões no Imposto de Renda (IR). Além disto, o suposto esquema envolvia vários “laranjas” e familiares dos investigados.
De acordo com a decisão, a investigação identificou a subnotificação de mais de R$ 167 milhões na declaração do IR por parte das empresas, mas esse número pode chegar a meio bilhão, conforme a estimativa feita pelos investigadores.
Cerca de 72% desse valor, ou seja, R$ 121 milhões teriam sido omitidos apenas por quatro bandas de forró: Aviões do Forró, Solteirões do Forró, Forró dos Plays e Forró do Muído. Um quinto grupo musical, Samyra Show/ Forró 100%, também foi investigado, mas não teve valores irregulares descobertos, naquele momento.
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