Troca-troca partidário é drible na lei

08/09/2017 15:11 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Não importa o terremoto de ocasião, a eleição mais próxima dita todos os rumos do agora. A pouco mais de um ano do reencontro dos brasileiros com as urnas, intensifica-se o troca-troca de partido político. A agitação se verifica em todos os estados do país e – se a gente acredita nisso – em todos os campos ideológicos.

Ministros do governo, prefeitos, governadores ou parlamentares: nomes em número cada vez mais alto anunciam que estão saindo da legenda e pulando em nova aventura. São acertos e alianças que acabam impondo um redesenho dos partidos, grandes e nanicos. Como no passado, princípios e critérios de escolha indicam o puro oportunismo em nome do sonhado voto a qualquer preço.

Pode ser o João Dória ou o Bolsonaro. Pode ser o Cícero Almeida ou o Álvaro Dias. É o vereador lá no interior do Acre e o vereador aqui de alguma cidade alagoana. A mesma farra que sempre ocorreu continua do mesmo jeito, em ritmo frenético e agressivo.

Não deveria ser mais assim desde, pelo menos, o ano de 2007. Faz uma década que o STF e o TSE restringiram a orgia entre os partidos, pondo fim à bagunça generalizada. Em tese, as normas em vigor a partir daquela época deveriam estancar a esbórnia. Ficou na teoria.

Uma das regras eleitorais em vigor prevê a perda do mandato em caso de troca de partido sem justa causa. Ocorre que as firulas do Direito e os atalhos para driblar o escrito são tantos, que a lei virou piada. A legislação é atropelada com natural regularidade, como se freio nenhum existisse para disciplinar o ambiente das disputas em 2018.

O que temos nesses dias, no exercício da política partidária, é um fenômeno semelhante ao que existe no futebol. De olho na rigidez do calendário, nada como a garantia de uma amplamente flexível “janela de transferência”. Um intervalo de tempo suficiente para garimpar bons e sadios negócios.

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