Como se monta um governo
Um ministério do governo federal serve, em primeiro lugar, para que o titular do cargo faça política. As outras funções existem para viabilizar esse objetivo número um. É duro, mas é assim que é na vida real.
Numa contravenção de mão dupla, são beneficiados o presidente e a patota que nomeiam e, na outra ponta, o grupo partidário do ministro escolhido. No meio, estão as ferramentas de trabalho: apadrinhamento, nepotismo, licitações combinadas e promessas irrealizáveis em palanques eleitoreiros.
O nível intelectual, a estatura ética e a ficha corrida do atual ministério confirmam a tradição: em cada pasta, temos o nome perfeito no lugar certo. Uma vez empossados, uma das primeiras iniciativas dos ministros é percorrer suas províncias e capitanias, também conhecidas por bases eleitorais. Aí começa o desfile de históricas e redentoras “realizações”.
No escandaloso périplo à caça de votos, as grandes obras aparecem aos borbotões, na forma de abertura de editais, lançamento de pedras fundamentais e assinatura de ordens de serviço.
Nessa feitiçaria de virtualidades, apenas um ingrediente é real e concreto: sobra dinheiro para todos os lados da gang, menos para a viabilização dos projetos encenados.
É uma tradição, como disse antes, mas, pela desenvoltura das ações nos dias de hoje, a atual safra ministerial parece empenhada em superar todas as marcas de outras épocas.
E Alagoas, como se sabe, assim como em graves momentos do passado, não poderia se omitir também agora: dá sua contribuição meritória, com amplo reconhecimento, distinção e louvor.
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