Depois da polêmica causada pela divulgação de um vídeo onde policiais militares criticam a decisão de um juiz de soltar uma mulher presa um dia antes, em flagrante, com oito armas de fogo, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcos Sampaio e o juiz Sandro Augusto dos Santos, integrante da Associação dos Magistrados de Alagoas (Almagis), se encontraram nesta sexta-feira, 18, para aparar arestas entre a corporação e o Poder Judiciário.

Conforme divulgado pela assessoria de Comunicação da PM/AL, durante o encontro ocorrido no Quartel do Comando Geral, Sandro Augusto relembrou as parcerias realizadas com a PM, no período em que atuou como delegado de Polícia Federal em Alagoas e afirmou que sempre teve uma relação cordial com os policiais militares.

“Vejo esta Corporação como um membro essencial para o bom funcionamento da sociedade e reconheço que seus profissionais são destemidos, que arriscam suas vidas nas ruas e que atuam de forma comprometida e responsável”, afirmou o juiz, ainda segundo a assessoria da PM.

Já o coronel Marcos Sampaio citou as responsabilidades de cada instituição, destacando a importância de respeitar as decisões. “Algumas apreensões são frutos de um longo e exaustivo trabalho de apuração e execução, no entanto, ver que os autores ganham a liberdade no mesmo dia deixa um sentimento de frustração, mas isso é uma falha na configuração de nossas leis”, pontuou o comandante-geral da PM.

Após a divulgação do vídeo, o Comando divulgou uma nota sucinta, afirmando que não orientava os militares que atuavam no policiamento ostensivo a criticarem as decisões judiciais.

Já o juiz Sandro Augusto, também em nota, frisou que não cabia a PM rediscutir ou emitir juízo de valor a respeito das decisões judiciais. O magistrado também acusou os militares que gravaram o vídeo de sensacionalismo e de  “jogar para a plateia”.

Repercussão

O vídeo que gerou toda a polêmica e uma série de notas de repúdio por parte de instituições como Associação Alagoana de Magistrados (Almagis) e manifestações de apoio, principalmente de internautas, mostra a revolta de policiais militares ao constatarem a soltura de uma mulher, presa em flagrante um dia antes por eles, com oito revólveres em sua residência, no Vergel do Lago, na parte baixa de Maceió.

Na noite de ontem, 17, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Alagoas (OAB/ALO também divulgou uma nota sobre vídeo que teve repercussão nacional, manifestando “grande preocupação com a exposição que tem sido feita em redes e mídias sociais por alguns poucos agentes da força pública questionando a atuação de outras autoridades no desempenho de suas funções”.

O texto também frisa que não é “razoável” instigar o clamor social para colocar em cheque os poderes constituídos.