Apesar de certa paralisia nas movimentações políticas para 2018 por conta dos terremotos que atingem o cenário político nacional, prefeitos, vereadores e deputados alagoanos viram no desastre causado pelas chuvas uma boa oportunidade eleitoral.

Como é histórico, a ocorrência de um desastre natural – como o excesso de chuva ou a estiagem prolongada – traz consigo ações que implicam na chegada dinheiro novo para ações, contínuas ou não, com o objetivo de reduzir o sofrimento da população. Isso em ano pré-eleitoral é uma alegria para os políticos alagoanos.

No entanto, uma simples ação do Ministério Público parece ter travado essa jogada. Bastou aos promotores de Justiça da Comissão de Apoio Institucional às Vítimas visitarem, em um fim de semana, as 31 cidades atingidas para constatar superfaturamento.

Isso mesmo, superfaturamento de pessoas, digamos assim. Tecnicamente houve inconformidade entre o número verdadeiro de vítimas e os dados repassados pelas prefeituras.

Em Colônia de Leopoldina, por exemplo, a Prefeitura contabilizou 2,5 mil desabrigados e desalojados na cidade. Mas o promotor que atua no município constatou a existência de apenas 214 vítimas das enchentes.

Logo em seguida, o MPE divulgou uma série de recomendações e alertas para que os gestores municipais não caíssem na ilegalidade. Nas entrelinhas - na minha interpretação - um claro recado de que o órgão estava atento a “fraude que estava prestes a ser montada”.

Resultado: Segundo a Defesa Civil, o número de desabrigados ou desalojados caiu de 39 mil para 7.600 pessoas em Alagoas. Uma Impressionante redução de cerca de 80%.

Apesar disso, é importante que os promotores permaneçam atentos. Novas tentativas devem ocorrer.

Um ano depois das eleições municipais a turma da política está com muita sede e, o que é pior, dependendo do ponto de vista, sem ou com perspectivas reduzidas no que diz respeito à ‘estrutura’ que vai 'alimentar' as eleições de 2018.