O procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar, concedeu entrevista ao jornalista Plínio Lins, no projeto Conversa de Botequim, na noite desta segunda-feira (29), afirmou que o bairro da Ponta Verde pode ser comparado à área periferia quando se fala em tráfico de drogas e criticou a falta de estrutura para que a Polícia Militar realize seu trabalho. 

Segundo Alfredo, as duas maiores operações das polícias realizadas na Ponta Verde, localizada na parte baixa de Maceió, conseguiram arrecadar um grande número de drogas. 

“A diferença de um pobre que é preso traficando para um filhinho de papai, é que o rico pega o carro e vai até a Ponta Verde e vai para boca de fumo na periferia atrás dos entorpecentes”, exemplificou.

Além disto, Gaspar ressaltou que atualmente, o trabalho da polícia é para cumprir tarefa independente da classe social e prender quem é culpado, mas ressaltou que não há estrutura necessária para que o policial trabalhe.

“Pegam um universitário que deixou a faculdade ou a escola recentemente, colocam na rua como policial e depois não querem saber como ele está se precisa de ajuda psicológica ou outro tipo de ajuda, nem treinamento, apenas usam ele até que ele não sirva mais”, comentou.

Abuso sexual na igreja

O procurador deu informações sobre o caso envolvendo um monsenhor da cidade de Arapiraca acusado de abuso sexual. Gaspar informou que na época fazia parte do GECOC e que ficou “estarrecido” quando recebeu as imagens.

“Naquele primeiro momento eu via o ato sexual de uma pessoa adulta com outra pessoa adulta. Eu me reuni com dois promotores e tive o cuidado de analisar bem os detalhes que foram fornecidos”, informou.

Segundo ele, após a apuração, ficou constatado que se tratava de uma questão de abuso sexual, visto que, na época, a vítima era menor de idade. 

“O processo deste caso ainda não chegou ao final, amanhã (terça) talvez haja o desfecho do caso”, informou.

Promotor acusado de abuso

O caso envolvendo o promotor Carlos Fernando Barbosa de Araújo acusado de três estupros, contra duas filhas e uma enteada, também foi comentado pelo procurador.

“O Ministério Público tomou as providências relacionadas a esse caso, eu não precisei manter o pagamento dos subsídios do promotor. Ele foi desligado da instituição e devido às provas, não há como ele retornar”.

“Mas não vou dizer que não dói no coração, ninguém faz isso com felicidade, o que ocorreu com ele para o MP foi uma tragédia”, desabafou.