Crítica: Ghost in the Shell é mais que um filme bonito, mas peca na intensidade

04/04/2017 13:28 - Bruno Levy
Por redação
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Uma das modas em Hollywood atualmente é adaptar livros de grandes sucessos para abranger cada vez mais público. Muitas das vezes o produto funciona, assim como Jogos Vorazes e Harry Potter, e muitas vezes não, assim como a saga Divergente. Na quinta-feira, 30, estreou outro filme baseado na literatura cyberpunk japonesa: A Vigilante do Amanhã – Ghost in the Shell, e o resultado é satisfatório.

Primeiramente, a literatura já havia sido adaptada para animes, seja ela em longa-metragem ou em série, para aí sim finalmente ganhar as telonas em live-action. Ela mostra a história de Major, que teve seu cérebro transplantado para um corpo inteiramente construído pela Hanka Corporation. Considerada o futuro da empresa, Major logo é inserida na Seção 9, um departamento da polícia local. Lá ela passa a combater o crime, sob o comando de Aramaki (Takeshi Kitano) e tendo Batou (Pilou Asbaek) como parceiro. Só que, em meio à investigação sobre o assassinato de executivos da Hanka, ela começa a perceber certas falhas em sua programação que a fazem ter vislumbres do passado quando era inteiramente humana.

A trama de Ghost in the Shell é bem interessante e bem traduzido nas telonas. Há sim algumas falhas de continuação e cenas poucos intensas, como o encontro dela com a mãe. Porém, para quem não conhecia o anime o filme não deixa a desejar. O visual imersivo com arquiteturas icônicas e o 3D bem executado é um deleite para os cinéfilos. Claramente será um dos candidatos ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais.

 

 

Certamente Johansson tomaria conta da maior parte do tempo do filme, não apenas por ser a personagem principal, mas principalmente por ser a atriz que carregaria o filme nas costas. Talvez um erro capital da produção. Apesar de ser uma ótima atriz, o protagonismo exacerbado atrapalhou seu progresso. Batou (Pilou Asbaek) se mostrou ser bem interessante e misterioso, o que caberia mais tempo de tela para ele. No anime, Batou é peça fundamental na evolução de Major e no longa ele é apenas mais um parceiro.

A bizarrice dos anos 2029 é extremamente interessante e chama o público para acompanhar mais de perto. Sem falar no anti-herói, digamos assim, Kuze (Michael Pitt), que apresentou uma filosofia sobre quem é realmente o verdadeiro vilão da história. As falhas são poucas, mas bastante explícitas.

Um dos aspectos que mais chama atenção é a trilha sonora da dupla Clint Mansell (As Aventuras de Pi) e Lorne Balfe (Lego: Batman). Acompanhando a tecnologia do fturo e toda a sua bizarrice, a trilha cabe perfeitamente ao filme, além de provocar arrepios em certas cenas de ação, como o “renascimento” de Major no começo, a do corredor escuro no esgoto ou quando ela está imersa em um rio.

Ghost in the Shell deixou um gostinho de quero mais. A Sony promete uma trilogia, veremos o desenrolar da história. Um filme mais para adultos seria bem-vindo, devido à violência apresentadas na literatura e no anime. Mesmo assim, é um ótimo entretenimento para quem quer passar o tempo no cinema.

Bom

 

Confira o trailer final de A Vigilante do Amanhã - Ghost in the Shell:

 

 

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