Na quarta-feira, 22/03, o ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, esteve em Alagoas para o lançamento do Programa Criança Feliz .
Segundo Osmar o Programa tem caráter intersetorial e a finalidade de promover o desenvolvimento integral de gestantes e crianças até 6 anos, considerando a vulnerabilidade social das famílias.
Durante o lançamento Terra ministrou uma verdadeira aula sobre o processo de construção da personalidade/identidade/auto-estima da criança ,a partir da barriga da mãe.
Falou com propriedade e no final mostrou que em uma localidade indígenas forma qualificados para lidar com seu povo.
Desfeita a mesa e por entre o burburinho da sala, interpelamos o ministro buscando o esclarecimento sobre aspectos viscerais e estruturantes da saúde materno - infantil no Programa Criança Feliz.
Interpelamos Osmar Terra afirmando que se o público elencado são as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, esse público tem cor determinante. É majoritariamente preto. E partindo dessa premissa, perguntamos a Excelência, quais são as diretrizes do Programa Criança Feliz relacionadas ao racismo institucional que produz efeitos perversos na saúde das pretas grávidas, desde o pré-natal.
O mesmo racismo que resulta em 70,5% dos óbitos gestacionais das pretas e pardas.
O mesmo racismo, institucionalizado na saúde, que resulta em uma negligência histórica sobre doenças prevalentes na população preta, como anemia falciforme, hipertensão arterial e diabetes II.
Perguntei ao ministro como as equipes de trabalho do Programa vão lidar com essa cultura racista da saúde no universo do Programa Criança Feliz?
Serão qualificad@s?
E no meio da interpelação ouvi a voz de comando de uma representante do poder público afirmando que era preciso liberar o ministro porque tinha muita gente querendo tirar foto com a Excelência.
Ministro liberado, mas, antes que o mesmo se retirasse para atender o público das fotos, surge uma profissional da assistência, que ,deseducadamente, e de forma arrogante invade a conversa e ironicamente diz:- Ministro por que o Sr. não faz um plano só para as crianças pretas?
Tanto eu quanto o ministro olhamos para a profissional de assistência sem respostas
O Programa Criança Feliz terá profissionais preparados para lidar com o racismo institucionalizado em seu universo?
Eis, a questão.
( Abrimos parenteses para esclarecer que a crítica é dirigida a uma profissional especifíca da Assistência Social e não a toda uma classe de profissionais)
Com informações: http://populacaonegraesaude.blogspot.com.br/2015/09/o-racismo-comeca-na-gravidez.html