O Instituto Raízes de Áfricas realizou um debate sobre Mulheres Pretas para adolescentes da UIF.
O debate aconteceu na quinta-feira, 09/03 e foi movido por emoções, a partir das diferentes percepções do mundo e das escolhas individuais.
Quem são elas?
Quem sou eu?
A grande maioria das 14 adolescentes socioeducandas se percebe mulher "negra”.
E falam do preconceito, do escravismo da imagem, das portas fechadas e da saudade de casa.
Todas elas carregam memórias de abandono, que legitimam ausências.
O substantivo se transforma em verbo: Liberdade/libertar.
A partir da palavra dialogada, conduzo-as para um universo que não lhe é desconhecido. O universo do racismo.
E há tantas histórias coletadas no olhar dessas adolescentes. São meninas, quase mulheres, nascidas no ocaso da pobreza, do olho cego do estado para políticas públicas.
São meninas coisificadas socialmente, feito quinquilharias baratas.
Como qualificar o feminismo dessas meninas-mulheres?
Em um momento falo das mães, uma menina cai em prantos e a outra explica que a mãe dela morrera.
Falam de como o espaço de aconselhamento da Unidade de Internação Feminina as ajuda a refletir sobre tudo, inclusive sobre as mães.
Algumas confessam que só a partir do recolhimento na UIF passaram a ver as mães.
As profissionais da UIF são dedicadas no trabalho permanente de resgatar a auto-estima das meninas, mas, falta tanto...
E as meninas falam em liberdade.
Que liberdade terão essas meninas aqui fora?
Quem as representa?
Quem se importa?