O Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) divulgou nesta sexta-feira (03) um estudo que aponta o Brasil como país que mais teve gastos com segurança, acima de países do Cone Sul, em 2014. E entre os estados que mais gastaram, Alagoas liderou a pesquisa com larga vantagem.
Além da avaliação geral envolvendo países, o estudo detalhou o custo da violência de acordo com a região ou estado do país. Alagoas teve o maior custo com 6,2%, acima da realidade da região região Norte e Nordeste, com 4,2%. No Centro-Oeste, 3,1% e no Sul, 3%. A região brasileira que registra menor gasto com criminalidade em relação ao PIB é o Sudeste, com 2,7%. Entre os estados, o menor gasto ocorre é no Tocantins, com 2%.
Os números elevados apontam que “o custo entre estados e regiões (no Brasil) é semelhante, em termos de heterogeneidade, ao observado nos países da América Latina e do Caribe”, esclarece o BID.
A questão dos gastos públicos e privados também foi avaliada. O gasto público predomina no Norte (44,6%) e Nordeste (44,3%). No Sudeste (33,3%), Sul (32,6%) e Centro-Oeste (32%), no entanto, essa despesa fica atrás do gasto com segurança privada.
BRASIL E MUNDO
Em números, o Brasil gastou US$ 75,894 bilhões em 2014, equivalente a 3,14% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos pelo país) naquele ano.
Só no Brasil, os gastos para conter a violência superaram países do Cone Sul, que é de de 2,47% do PIB. O valor despendido no Brasil equivale a 53% do custo total da criminalidade na América Latina e no Caribe. Além disso, entre 17 países analisados na região, o custo da violência no Brasil ficou abaixo apenas de Honduras (5,84%), El Salvador (5,46%), Bahamas (4,16%) e Jamaica (3,64%). A maior parte dos valores gastos pelo Brasil vai para a segurança privada.
“O Brasil se destaca por seu alto gasto com segurança privada, o que pode ser entendido como indício do sentimento da população sobre o serviço de segurança prestado pelo governo”, destaca o organismo na pesquisa.
O BID destaca a importância de fazer pesquisas futuras a fim de estudar o custo-benefício de ações de prevenção e controle do crime. O organismo ressalta que algumas localidades analisadas mostraram melhora na segurança pública.
Diante da pesquisa referente ao ano de 2014, o BID reforçou a necessidade de se fazer mais estudos deste tipo, para que os erros e excessos sejam corrigidos na administração pública.
“Vale a pena rever essas intervenções para extrair lições aprendidas para aplicações em outros lugares do Brasil e da região”, concluiu.
*Com Agência Brasil