O resultado do inquérito que apurou a morte da jornalista Márcia Rodrigues, ocorrida no dia 14 de agosto do ano passado, apontou para suicídio, segundo informações divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) em entrevista coletiva à imprensa na tarde desta segunda-feira, 30.

A entrevista coletiva aconteceria na sexta-feira passada, mas foi adiada devido ao homicídio do pai de Márcia, o delegado federal aposentado Milton Omena Farias, na mesma residência onde ela foi encontrada morta, no condomínio Porto di Mare, em Paripueira.

Um dos integrantes da comissão de delegados designada para a investigação da morte da jornalista, Lucimério Campos, disse que a cena do crime foi preservada, mas a ausência de testemunhas dificultou o andamento da conclusão do caso.

Lucimério ressaltou que, em depoimento, o pai de Márcia contou que, antes de saírem para almoçar juntos, ela retornou para dentro da casa dizendo que precisava ir ao banheiro. Foi neste momento, ainda segundo o depoimento, que Márcia teria cometido suicídio.

O delegado contou que a informação foi confirmada por uma testemunha e que câmeras do circuito interno de segurança do condomínio também registraram a entrada de Márcia na residência, enquanto Milton aguardava no carro. Ainda de acordo com Lucimério, durante as investigações foram ouvidos funcionários do condomínio e policiais que atenderam a ocorrência.

Durante a coletiva, o perito Jeiely Ferreira explicou que eles trabalharam em duas linhas de investigação: suicídio e homicídio. Mas, durante a perícia, foram encontrados quatro projéteis de arma de fogo, quatro estojos e quatro pontos de impacto no local da morte.

“No corpo da Márcia, encontramos duas perfurações. Primeiramente, ela teria testado a arma duas vezes, logo após, teria tentado um primeiro disparo no pescoço, mas teria errado, então atirou no peito, que levou a fatalidade”, comentou.

A arma

De acordo com o delegado Lucimério, a arma pertencia ao pai da Márcia,mas, ele havia dito em seu depoimento, que não sabia onde a arma estava. O delegado ainda comentou que Milton Omena disse que possivelmente a filha teria entrado na residência com a arma escondido.

Dinheiro

Segundo a polícia, a investigação também apontava que Milton Omena iria receber uma quantia de R$ 136 mil, referente aos precatórios. Na quebra de sigilo do celular de Márcia, ela teria conversado com a mãe a respeito do dinheiro e a mãe havia alertado que Milton não gostava de falar sobre esse assunto.

Exame residuográfico

Mesmo cinco meses após o caso, a polícia informou que o laudo foi concluído sem o exame residuográfico que serve para detectar vestígios de arma de fogo. Segundo a polícia, uma das perícias foi solicitada para a Polícia Federal de Brasília, pois o Instituto de Criminalística (IC) de Maceió não possui o equipamento para este tipo de exame, mas até o momento, o equipamento para realização do exame está quebrado.

Morte

Ainda durante a coletiva, o delegado de Paripueira, Tarcísio Vitorino, contou que na tarde de sexta-feira passada, o filho de Márcia, Milton Omena Neto, 23 anos, foi até a casa do avô, cobrando: "admita que você matou minha mãe". 

Segundo o delegado, Milton contou que discutiu com o avô e ambos entraram em uma luta corporal, que resultou no crime. O delegado federal aposentado Milton Omena de Farias acabou sendo atingido por um golpe de faca, morrendo no local. 

Ainda de acordo com Tarciso Vitorino, testemunhas ouviram Milton Omena Neto dizer que o avô “merecia pagar pelo que fez”, momentos depois do crime. Ele foi preso em flagrante e conduzido para a Casa de Custódia, em Maceió.

*Colaboradora