O jovem Milton Omena Farias Neto está recolhido na Casa de Custódia, no bairro do Jacintinho, onde aguarda ser convocado para audiência de custódia pelo juiz da comarca de Maragogi, que o ouvirá sobre a morte do delegado federal Milton Omena Farias, assassinado a facadas na tarde desta sexta-feira (27), dentro de sua residência, em um condomínio localizado na cidade de Paripueira.
A defesa do acusado alega que não existe qualquer possibilidade de execução, creditando ao caso uma ação de legítima defesa. Em seu depoimento, ainda na delegacia da Barra de Santo Antônio, Milton Neto relatou que procurou o avô para que ele confessasse que havia executado a sua mãe, a jornalista Márcia Rodrigues, em agosto do ano passado.
Leia mais: Morte de delegado: neto alega ter agido em legítima defesa, diz polícia
A consultora de marketing Márcia Rodrigues de Farias foi encontrada morta na residência do pai, palco do homicídio ocorrido ontem. Ao lado do corpo havia uma arma e os peritos constataram que quatro disparos foram efetuados, sendo que dois atingiram o corpo na região do tórax e pescoço e outros dois a parede.
"Ele queria que o avó confessasse que havia matado a mãe dele. O que houve ontem foi uma luta pela vida", detalhou o advogado Leonardo Moraes, que trabalha a defesa do jovem. O delegado federal morreu após ter sido atingido com uma facada no peito.
Milton Neto contou à Polícia que o avó tentou golpeá-lo com uma arma branca e foi nesse momento em que ele o segurou pelo braço, entrando em uma luta corporal. O advogado afirmou que a tese de legítima defesa é facilmente comprovada devido às marcas de faca presentes no braço do jovem.
O delegado foi imobilizado com uma gravata no pescoço. "Ele mesmo (Milton Neto) pediu socorro ao vizinhos gritando fogo, fogo, fogo para chamar atenção das pessoas. Como ninguém apareceu ele foi até os seguranças do condomínio e ligou para Polícia Militar e Samu na tentativa de salvar o avó", contou o advogado.
Segundo o advogado, apesar de existir a hipótese da morte de Márcia Rodrigues ter sido suicídio, a família sempre acreditou que ela foi assassinada pelo pai, que mantinha um comportamento agressivo.
A defesa deve ingressar com um pedido de relaxamento de prisão assim que Milton Neto for ouvido pelo juiz em audiência.