Após denúncias, uma mulher identificada apenas como Alana foi conduzida à Delegacia Regional de Penedo, nesta quarta-feira (18), acusada de abandono de incapaz, maus-tratos e cárcere privado contra uma criança de 09 anos portadora de deficiência visual.
De acordo com a conselheira tutelar Dulce Lisboa, os crimes foram praticados em uma residência localizada no Conjunto Velho Chico 1, situado no bairro Raimundo Marinho, na parte alta de Penedo, local onde a criança, que vivia com a mãe e uma irmã também menor de idade, foi encontrada desmaiada.
“Nós recebemos várias denúncias anônimas dando conta de que nesse referido endereço tinha uma criança precisando de ajuda. Solicitamos apoio do 11º Batalhão de Polícia Militar, e a intervenção do juiz da 4ª Vara, e conseguimos comprovar o fato, pois a mãe do menor não permitiu nossa entrada no imóvel”, declarou a conselheira em entrevista a uma rádio.
Ainda segundo a conselheira, uma tia da criança foi quem conseguiu entrar na casa na última segunda (16). Na ocasião, a mulher encontrou o garoto em uma situação lamentável, caído no chão do banheiro da residência e sem nenhum adulto por perto. Tudo foi registrado com fotografias e vídeos.
“Ele além de ser deficiente visual tem epilepsia. Então deve ter tido uma crise e desmaiado. Do quarto até o banheiro foram encontradas fezes no chão e ele todo sujo. Nesse momento, a tia do garoto entrou em contato com a mãe dele, que é sua irmã, pedindo que ela deixasse a criança sob seus cuidados. Segundo a tia, a genitora do menor concordou sem nem pestanejar, mas quando ela disse que já que cuidaria do garoto gostaria de ficar com o cartão do benefício dele houve recusa por parte da acusada. A tia da criança então nos procurou, mostrou as fotos de como a criança estava e nós começamos a agir“, complementou Dulce Lisboa.
Há denúncias também de que a mãe emprestava o garoto para que outras pessoas conseguissem benefícios junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social, o INSS. No entanto, até o presente momento, isso não foi comprovado. Caso esse crime fique configurado, ela e quem se beneficiou com isso, terão mais esse problema com a Justiça.
A conselheira salientou que a avó materna e a tia da criança estão responsáveis por ela no momento e que só a Justiça é quem saberá qual será o melhor caminho para o menino que apesar da pouca idade tem vivido dias de muita angústia. “Vamos encaminhar tudo para a Justiça para que as denúncias sejam apuradas. Até que o caso seja esclarecido, o benefício ficará com a avó dele, que é quem cuidará do menor. Nós esperamos que agora ele possa ser tratado com mais amor e dignidade e possa aproveitar sua infância com alegria e em paz”.
*com Aqui Acontece