O juiz José Braga Neto rebateu as acusações do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (Sindapen) ao dizer que trata-se de “revanchismo” e de “estupidez” por parte do presidente do Sindicato, Kleyton Anderson. O magistrado falou por telefone na tarde desta segunda-feira, 09, com a reportagem do CadaMinuto.
Braga Neto lamentou as acusações do Sindicato e afirmou que elas eram uma resposta da categoria devido a ações de combate a corrupção por parte de agentes feitas por ele. “Só lamento a atitude do presidente do Sindicato. Como pôde fazer essas acusações sem qualquer fundamento? O que existe é um revanchismo dele, insatisfeito com minha atuação perante a execução penal que não tolera determinadas situações. Não sou contra os agentes penitenciários, mas ele tem que saber que existem agentes corruptos e como eu combato essa situação acham que eu sou contra a categoria”, disse o juiz.
Mais cedo, Kleyton Anderson foi direto ao insinuar possíveis favorecimentos do juiz ao filho advogado e que, segundo o sindicalista, o filho do juiz, Hugo Soares Braga, tornou-se advogado dos membros do PCC em Alagoas.
Para Braga Neto, o filho “trabalha como qualquer outro que exerce a profissão. Ele cometeria crime se defendesse a facção, mas ele está defendendo pessoas que não podem ser julgadas sem uma defesa, que é um preceito constitucional. Ele (Kleyton Anderson) confunde as coisas. O fato de que ele é defensor não quer dizer que é vinculado a A, B, ou C. Não existe, isso é uma estupidez”, falou o magistrado.
O juiz da Vara de Execuções Penais disse que deve processar o Sindapen cível e criminalmente pelas declarações.
Por fim, Braga Neto também rebateu as denúncias de que estaria intervindo além de suas atribuições, permitindo a entrada de televisão, frigobar, acima do que é permitido e interferindo em decisões da secretaria e de que os presos pressionam o advogado e consequentemente o juiz para obter benefícios e assim, manter uma boa convivência no sistema prisional.
"As coisas que não são permitidas são autorizadas por eles mesmos (agentes) e entram com familiares dos detentos como celulares, drogas e bebidas alcóolicas. A questão do frigobar não é para um indíviduo apenas e, sim, trata-se de um número determinado de frigobares em cada módulo do sistema prisional para manter os alimentos que são perecíveis", concluiu o magistrado.