A prática de armazenar e disponibilizar, pela internet, fotografias e vídeos contendo cenas de sexo explícito e pornográficas de crianças e adolescentes tem se tornado uma prática cada vez mais comum em Alagoas, segundo alertou a Polícia Federal. O crescimento do crime tem mobilizado cada vez mais órgãos de combate e fiscalização no estado.

Durante o ano de 2016 a Polícia Federal realizou algumas operações para combater o crime e iniciou investigações sobre um novo núcleo de pedofilia no estado, com ramificações em outros estados e países.

A Operação Gênesis II foi uma delas e cumpriu mandados de busca e apreensão em Alagoas e também nos estados de Goiás, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pernambuco, Roraima e Rio Grande do Norte. A ação colocou Alagoas na rota de estados onde o crime vem ocorrendo com muita frequência. Em entrevista ao CadaMinuto, o então superintendente adjunto da PF em Alagoas, delegado André Costa, falou do crescimento tanto da prática de armazenamento como de compartilhamento de material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes no estado, o que em contrapartida tem gerado mais operações de combate.

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“Em geral são mais pessoas que estão inseridas nesse sistema mundial de pedófilos. A internet é algo que traz coisas boas e nocivas também. Algo nocivo é isso, essa propagação em escala mundial da pedofilia. Em Alagoas é crescente, hoje do celular você acessa, não precisa nem do computador. As pessoas buscam as imagens e as retransmitem. Chegamos a um caso aqui que a pessoa fazia as imagens, inclusive até para outras pessoas na Espanha, e isso preocupa. Você vê que esse abuso físico está acontecendo aqui e isso mostra que a problemática está ocorrendo e as pessoas estão até mais audaciosas”, alertou.

A velocidade com que imagens são compartilhadas, muitas vezes até por aplicativos de mensagem instantânea, faz com a que o serviço de inteligência esteja cada vez mais em alerta para detectar qualquer atividade suspeita. Em nível nacional, a Polícia Federal vem investindo cada vez mais em tecnologia para conseguir chegar até os pedófilos.

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“A PF possui um sistema de inteligência artificial centralizado em Brasília que faz varredura em todos os sites e redes sociais e vai identificando pessoas que podem ser possíveis envolvidos em crimes de pedofilia. É até um perigo você receber uma imagem dessa e passar adiante, pois seu nome vai aparecer nessa lista”, alertou.

Em caso de recebimento de alguma imagem contendo conteúdo pornográfico de crianças os adolescentes, o caso deve comunicado à polícia. Segundo o delegado, as pessoas podem informar à PF o caso e contribuir para que um possível esquema de pedofilia seja desbaratado.

“Se a pessoa receber uma imagem dessas pelo celular, o ideal seria levar o celular à PF, fazer a notícia do fato criminoso e comprovar que não faz parte do sistema de pedofilia. Agindo assim, ela não corre o risco de em algum momento o sistema de investigação o tratar como criminoso”, explicou.