Ele é preto e deficiente intelectual,e, como ele,  tant@s e muit@s se tornam alvos preferenciais  do ataque das gentes com o sentimento fossilizado da supremacia que  o vê,  preto deficiente, pobre e periférico, como elemento vulnerável, cidadão descartável.

Ele,  que faz mais de 10 anos reinventa, uma pessoal e radical  caminhada de "subversão" cotidiana,  reinterpretando,  assim  estratégias de enfrentamento  às intolerâncias  insidiosas.

Ele como  preto deficiente, pobre e periférico é  o alvo preferencial dessas mesmas  gentes intolerantes.

Sabe com quem está falando?- Perguntou a Agente Pública do Governo do Estado de Alagoas,  ao  homem, que apesar dos 30 anos, tem a alma de menino. Pressionado, por suas limitações, ele arvorou a palavra e depois se desfez no choro.

As lágrimas eram de indignação,  e ele desabou no choro.

Ele é um ser humano especial que vai de encontro ao impossível  e veste desde a capa de super homem ,a  barba do Papai Noel contemporâneo, em um mundo muitas vezes imaginário.

Ele tem deficiência intelectual  e apesar disso, vive preenchendo  os espaços ocos de conhecimentos com a palavra afirmativa. Em 2015  foi interceptado no primeiro degrau do palco, lá na Serra da Barriga/Quilombo dos Palmares, novamente por uma agente pública, ao  afirmar  que o palco que celebrava o 20 de novembro, não, era lugar para ele.

E foi Vossa Excelência que interferiu para que o homem com limitações intelectuais, e é membro do Instituto Raizes de Áfricas estivesse no palco.

E fiquei matutando sobre o que disse a agente pública   se o lugar de  jovens pretos, pobres da periferia em Alagoas não é mesmo,  as covas rasas, onde corpos mortos são abandonados e criminalizados.

Ele é o alvo fácil dos momentos de intolerância  encandeadas  e provocadas por ações humanas.

O perfil dele: homem preto, deficiente e periférico tem uma estreita relação com a palavra dilaceradora que o exclui.

Precisamos falar sobre intolerâncias institucionais, governador Renan Filho.

A intolerância institucional é um campo de concentração cheio de minas que podem explodir a qualquer minuto e essas minas matam auto-estima.

A intolerância institucional é uma assassina sutil de almas alheias. É uma humanidade desumanizada

A intolerância institucional é consentida, progressiva e se intensifica, com a indiferença do estado.

Urge a criação de políticas públicas estatais que invistam  na qualificação de gestor@s e servidor@s  estaduais, tendo como objetivo  romper com esse ciclo do racismo institucional.

Para que tenhamos uma sociedade de fato e um estado de direito precisamos falar sobre intolerâncias institucionais, governador Renan Filho.