Fui a Minas e lá, dia 28 de julho, na terceira edição do prêmio Destaque Mulher Negra, e por lá encontrei o aconchego das pretas.
Um aconchego coberto de preciosidades ancestrais.
A 3ª edição do prêmio Destaque Mulher Negra celebrou o 25 de julho-Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra e o 31 de julho-Dia Internacional das Mulheres Africanas.
Celebrou também as gerações que reassumem a luta das pretas que vieram antes de nós
62 mulheres pretas daqui e d’acolá foram homenageadas.
Mulheres pretas representando os estados de Alagoas, Rio de Janeiro, Rio Grade do Sul, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso e São Paulo fizeram coro com mais outras tantas de 47 cidades do interior das Minas Gerais.
Foram 62 mulheres pretas que se juntaram em uma roda significativa e substantiva de saberes e partilhas, e isso permitiu a quebra das distâncias e aproximou o conhecimento delas e entre elas.
Nós, mulheres pretas que tecemos, traçamos e realizamos o ativismo pelo Brasil afora.
Ativismos, uns tantos anônimos, em alguns momentos, ignorados, entretanto continuamos a resistir.
Resistência é escola de preta.
Sim, foram 62 mulheres pretas homenageadas.
Mulheres pretas que produzem, cotidianamente, com jeitos e formas diferenciadas, a substancia da resistência, da resiliência que nos faz prosseguir desde a abolição inconclusa.
Foi uma noite com uma densidade carregada de simbolismos. Mulheres pretas que inflaram de negritude os espaços da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Um acontecimento singular que nos faz lembrar que estamos em Marcha, faz130 anos.
Recebemos um certificado, medalha e uma pedrinha preciosa: o berilo.
Mas, o que mais de precioso trouxemos de Minas Gerais foi a certeza que Aqualtune, Teresa de Benguela resiste em nós.
O 3º Destaque Mulher Negra idealizado e realizado pelo Centro de Referencia da Cultura Negra de Venda Nova, contou com o apoio do CEN - Coletivo de Entidades Negras, Beleza Negra de Montes Claros e Assembléia Legislativa.
Na terceira edição do prêmio Destaque Mulher Negra meu nome foi escolhido pela Mônica Aguiar , uma das diretoras do Fórum de Mulheres Negras de Minas Gerais para representar a luta e ativismo da mulher negra alagoana.
Eu agradeço.