O SESC Centro em Maceió,AL foi palco, no sábado 23 de julho,de uma visceral Roda de Conversa com mulheres pretas alagoanas. Cerca de 30 mulheres e 2 homens, das mais variadas idades e localizações das Alagoas de Aqualtune se fizeram presentes.

A iniciativa surge sob a liderança do Grupo Percussivo BATUQUE YÀ  que buscou redimensionar  o debate em torno do  EMPODERAMENTO FEMININO NO SÉCULO XXI.

O Grupo percussivo Batuque Yá, coordenado por Dani Lins,  é  formado por mulheres, e o único no gênero em Alagoas.

Antes do inicio dos debates, a Ekedy Luh Silva , discutiu sobre a história e a importância dos turbantes para a religiosidade e a afirmação do povo preto. E a palavra emendou com a  ação produtiva em  uma concorrida oficina de turbantes.

A Roda de Conversa foi um espaço, por excelência, produtor de sentidos e descobertas.

Estiveram na discussão da Roda, Paula Silva do Malungos do Ilê, Nanymoreno Moreno,cordenadora geral do Afoxé Oju Omim Omorewá, a bailarina Joelma Ferreira bailarina, Arísia Barros do Instituto Raízes de Áfricas .

O racismo e seu caráter destruidor, uniformizador e opressor da memória coletiva foi posto em pauta pelas muitas mulheres pretas ativistas, artistas, professoras produtoras de muitas, diversificadas e diferenciadas ações empreendidas e protagonizadas

Discutimos, a partir da nossa memória reprimida, as dores da  segregação instituída.

Discutimos e algumas choraram o massacre cotidiano do  opressivo espaço escolar/social e de professor@s castrador@s de auto-estimas.

O debate foi entrecortado de depoimentos e muitas,muitas lágrimas.

O racismo ainda nos faz chorar.

Nós, as mulheres pretas, ainda, ocupamos ruas pequenas e apinhadas de opressão racista e machista, que sepultam o futuro da juventude preta.O que define  nossa luta, em um estado de perda perpétua,  é a essência de Aqualtune e tantas ancestrais que nos antecederam.

Ancestrais que, em alguns momentos, assassinaram sonhos pessoais para salvar  a história coletiva  que deve seguir adiante.

Ancestrais que nos retroalimenntam no enfrentamento às balas que matam  nossos meninos e  meninas  e roubam suas vidas da  história.

Discutimos pertencimentos, identidades, fragilidades,

Abordamos sobre a formação de grupos de estudo e a criação de permanentes encontros de formação, 

E para encerrar a tarde os tambores das mulheres do Batuqe Yá ecoaram música de pret@s. Mulheres que estão protagonizando uma nova história.

E assim surge o Grupo de Articulação de Mulheres Negras Grupo,em Alagoas, no sábado 23 de julho, no SESC Centro.

Fique a vontade para chegar junto.

Sororidade!