Antes de ter participado de sua primeira eleição político-partidária, em 2014, para o Senado, pelo DEM, o procurador de Estado, Omar Coelho, já havia tentado disputar o pleito como vice na reeleição do então prefeito Cícero Almeida, em 2008.
Lutou com unhas, dentes e garras para ser o escolhido. Usou o seu peso e conhecimento na sociedade, após ter alcançado destaque na presidência da OAB, para articular apoios que defendessem o seu nome junto ao grupo de Almeida.
Interlocutores de Omar procuraram políticos profissionais alagoanos, e até deputados e ex-deputados estaduais, para pedir que interferissem na escolha do vice. De nada adiantou.
O prefeito e seus principais aliados, senador Biu de Lira e deputado federal Maurício Quintella, defenderam a manutenção da vice Lourdinha Lyra. E assim foi.
Uma característica específica Omar Coelho revelou nas disputas pela presidência da entidade de sua categoria, a OAB, no exercício do cargo e, principalmente, na eleição para o Senado quando obteve pouco mais de 137 mil votos: agressividade, excessivo tom crítico.
E é exatamente tal característica que deve dificultar – ou impedir – o seu desejo de ser vice de Cícero Almeida na eleição deste ano – desejo esse revelado pelo jornalista Davi Soares, aqui do Cada Minuto.
Muitos políticos se sentiram vítimas dos seus discursos e ações ajuizadas quando comandou a Ordem dos Advogados.
E na campanha para o Senado foi violento nos ataques ao senador Fernando Collor, aliado dos Calheiros, do PMDB, e de Cícero Almeida naquela disputa. Aliás, as relações amigáveis e familiares entre os dois grupos ficaram fortemente abaladas.
E se qualquer um perguntar a um Collorido de carteirinha o que achou da campanha de Omar em 2014, ele torce a cara e lembra que Omar foi muito mais agressivo e violento do que Heloísa Helena.
Portanto, há muita gente forte que pode impedir Omar Coelho de realizar o seu sonho de conquistar um mandato. E vice-prefeito da capital seria um ótimo começo, não é mesmo?
Outro argumento também é contundente: Lá se vão duas eleições consecutivas sem que o ex-presidente consiga vencer uma simples disputa na OAB de Alagoas e reaparecer como líder dos advogados.
Sendo assim, são muitas barreiras para o “difícil desejo de Omar por um mandato”.
EM TEMPO - Instantes após a publicação do texto acima, Omar Coelho solicita esclarecimentos, que você pode ler abaixo na íntegra:
"Em atenção a sua matéria "O difícil desejo de Omar por um mandato", publicado hoje em seu Blog no CadaMinuto, venho esclarecer alguns fatos que entram em choque com o desenrolar dos fatos.
O meu desejo de contribuir para a melhoria de Alagoas, não vem de hoje, mas desde 1994, quando assumi pela vez primeira a Associação dos Procuradores do Estado de Alagoas.
Passei então a ser conhecido, desde aquela época. Sempre atuei em defesa do meu estado e de suas instituições.
Em 1995, fui convidado para ser vice de Heloisa Helena e desde então, fui diversas vezes convidado para ingressar nas mais variadas chapas.
Em 2009, candidato à reeleição na OAB, fui contatado para ser primeiro suplente da ex-senadora Heloísa Helena, quando ela detinha mais de 60% das intenções de votos para o Senado e não aceitei, como também fui procurado um ano antes para saber se aceitaria ser vice do Prefeito Cícero Almeida, em sua reeleição, é fato. Você inverteu a ordem, pois naquele pleito fui procurado.
E depois o presidente do DEM, Thomáz Nonô, indicou meu nome e de mais dois integrantes como possíveis candidatos à vice.
Dai por diante, caro Volney, seus informantes faltaram com a verdade.
Quero que apareça um só político, profissional ou não, que eu tenha procurado? Eu quero um só!
Estava no fim de meu mandato na OAB, com aceitação de mais de 80% e não desejava mais continuar como presidente. Exercer o cargo com dedicação e empenho, como tudo que faço, exige esforços pessoais gigantescos e nunca visei me perpetuar em nada, apenas contribuir.
Caso desejasse fazer política na OAB, não teria atuado como fiz, colaborando diretamente na luta contra a corrupção. Eu teria assim o apoio de parte dos políticos que me perseguiram na campanha ao Senado.
Por onde passei, deixei ações incontestáveis, sou leal e honesto, não tenho medo de desafios e sei o quanto posso contribuir para o meu partido e para Maceió e Alagoas. Meus 137 mil votos são exemplo disto, numa campanha apenas com a TV cheguei a milhares de pessoas que sonharam com algo diferente.
Tentar me jogar contra aliados do PDMB, como é o caso do ex-presidente Collor, por exemplo, não interferirá naquilo que for melhor para Coligação que levará Cícero Almeida à Prefeitura e juntamente com o Governo do Estado trarão mais benefícios para Maceió. O PSD está unido em torno do meu nome e isso é fato.
Por fim, caro Volney, sou incisivo, transparente e franco, tenho lado e gosto disso, não sei ser pueril e falso, talvez desagrade a alguns, mas certamente, não à maioria. Sempre tive o apoio dos advogados e da sociedade alagoana, pois foi assim que meu nome apareceu em mais uma disputa."