A reconstituição da morte dos irmãos Josenildo Ferreira Aleixo e Josivaldo Ferreira Aleixo, de 16 e 18 anos, no Village Campestre, ainda não foi realizada pela Polícia Civil mesmo após dois meses do procedimento ter sido anunciado pelo Conselho Estadual de Segurança (Conseg), durante uma reunião com os familiares.

O crime irá completará três meses no próximo dia 25 de junho e ainda segue sem respostas do que teria ocorrido. A demora para realização da reconstituição resultou em um pedido de informação feito pelo promotor Flávio Gomes sobre o andamento do procedimento.

A edição do Jornal Tribuna Independente desta quarta-feira (22) relata que o Instituto de Criminalística (IC) aguarda o resultado do exame de balística para entregar a delegada responsável pelo caso.  A Perícia Oficial do Estado informou que ainda não foi possível definir uma data para reconstituição devido a logística exigida para procedimento.

Em maio, o Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedeca) Zumbi dos Palmares, que está atuando como assistente de acusação contra os policiais, solicitou a anulação dos depoimentos dos policiais que ocorreram sem a notificação dos advogados das vitimas, bem como a adoção das providências necessárias ao exato cumprimento dos princípios constitucionais violados.

Entenda o caso

Na abordagem policial em que morreram os irmãos Ferreira, também morreu o pedreiro Reinaldo da Silva, 49, que teria tentado evitar as mortes dos irmãos, segundo testemunhas.

Era noite do dia 25 de março e, segundo a hipótese levantada durante reunião do Conseg em que foram afastados os três policiais que abordaram as vítimas, Reinaldo da Silva teria sido a segunda vítima, que estaria passando de bicicleta, quando foi defender os irmãos, já depois de Josivaldo ter sido baleado na cabeça, após ter partido para cima dos policiais, durante a abordagem supostamente truculenta ao seu irmão mais velho.

O pedreiro foi morto e permaneceu no local do crime. E há suspeitas entre conselheiros de que Josenildo teria sido o último a morrer, após a resistência à abordagem policial.

Ao Conseg, foi relatado que os irmãos foram levados ao Hospital Geral do Estado (HGE) pelos militares, em uma viatura, mesmo com um deles já estando morto, com um tiro na cabeça. Não teria havido acionamento do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) para realizar socorro médico, nem a preservação da cena da ocorrência, onde não havia cápsulas ou marcas de tiro, apesar de os militares terem relatado ao seu comandante um confronto, com troca de tiros e duas armas apreendidas supostamente em poder dos irmãos.