O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) julga, na manhã nesta quarta-feira (15), o pedido de desaforamento formulado contra o acusado de envolvimento na morte do modelo Eric Ferraz. O crime aconteceu em janeiro de 2012, na cidade de Viçosa, interior do Estado.

O julgamento de Judarley Leite de Oliveira deveria ter acontecido em 5 de abril deste ano, em Viçosa, mas uma liminar concedida por João Luiz Lessa suspendeu o júri. “Verifico a existência de indícios mínimos de que o réu, de fato, pode exercer influência sobre o corpo de jurados”, afirmou o desembargador João Luiz Azevedo Lessa.

O assistente de acusação requereu o desaforamento (transferência do julgamento) de Viçosa para Maceió, alegando haver dúvidas quanto à imparcialidade dos jurados, uma vez que a família de Judarley seria temida na região e detentora de influência política.

Segundo a magistrada Lorena Carla Sotto-Mayor, da Comarca de Viçosa, destacou a possível imparcialidade do júri devido ao temor da população. “De fato, o acusado é pessoa temida na cidade. Se tal temor é ou não fundado, não me cumpre aquilatar. Contudo, o temor existe, podendo de fato influir no ânimo dos jurados”.

O crime

No dia 1º de janeiro de 2012, por volta das 3h, durante festa de virada de ano em Viçosa. De acordo com a denúncia do MP/AL, a vítima foi baleada após desentendimento com os irmãos Judarley e Jaysley Leite de Oliveira. Durante a confusão, uma mulher também chegou a ser atingida, mas sobreviveu ao ferimento.

Morte de Vereador

Ainda nesta quarta-feira (15), o Tribunal de Justiça também vai analisar o pedindo de desaforamento do réu Alessander Ferreira Leal, acusado de, juntamente com sua esposa e ex-prefeita de Anadia, Sânia Tereza Palmeira Barros, participar do assassinato do vereador Luiz Ferreira de Souza. O crime ocorreu em setembro de 2011.

Caso Maikai

Outro recurso que será levado a julgamento envolve Marcelo dos Santos Carnaúba, acusado de matar Guilherme Paes Brandão, proprietário do Maikai. O crime ocorreu no dia 26 de fevereiro de 2014, por volta das 8h20, no interior do estabelecimento, que funciona no bairro da Jatiúca, em Maceió.

O réu trabalhava no Maikai como gerente administrativo, acumulando ainda a gerência financeira. Conforme consta na sentença de pronúncia, ele confessou ter efetuado o disparo que vitimou Guilherme Brandão. O crime ocorreu porque o proprietário teria descoberto que Marcelo desviava dinheiro do estabelecimento comercial.

Em setembro de 2015, o réu foi pronunciado por homicídio duplamente qualificado. Objetivando não ser levado a júri popular, ingressou com recurso em sentido estrito no TJ/AL. É esse pedido que será analisado pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.