Entrevistas concedidas pelo ex-prefeito Cícero Almeida sempre dão o que falar. Em mais uma, dessa vez na Gazeta, faz revelações que, certamente, vão deixar os seus pouco mais de 64 mil eleitores, que o escolheram para representa-los na Câmara dos Deputados, insatisfeitos.

É que ele deixa claro que não se sente bem, não tem satisfação nem prazer em ser parlamentar. Ou seja, a missão de representar e defender Alagoas e os alagoanos não lhe agrada, essa é a dedução. Sobre essa questão tal declaração é verdadeira. Exerceu os mandatos de vereador por Maceió e deputado estadual sem destaque algum.

Da mesma forma que agora como deputado federal. É mais um integrante do baixo clero sem importância e sem qualquer capacidade de liderança entre os seus pares. Projetos, indicações e discursos em plenário também são limitados. “Aquilo não é para mim”, diz Almeida na entrevista.

Uma pena. Porque os eleitores já deveriam saber disso pelo seu histórico parlamentar. Mas a crise – suponho existencial-profissional-parlamentar - do deputado federal é séria. Tão grave que antecipa, prevendo os riscos e possibilidades que, caso seja derrotado na disputa pela prefeitura de Maceió, vai fazer um pedido futuro.

“Se não acontecer como imagino, não descarto ficar por aqui, conversar com o governador Renan e assumir uma secretaria”, diz Almeida. Ou seja, caso não seja eleito quer ser secretário do governador. Mas aí há um problema. Renan Filho não tem no secretariado um só membro que seja político profissional e detentor de mandato. Não será fácil mudar o que pensa Renan sobre formação de governo.

Cícero Almeida também enfrenta uma “guerra”, termo que ele próprio usa para falar sobre o processo impetrado pelo PRTB no Tribunal Superior Eleitoral, que pode custar o seu mandato de deputado federal. Seu antigo partido o acusa de infidelidade partidária.

Bom, Almeida é conhecido no meio político por suas mudanças sistemáticas de aliados, de partido e de opinião. E o histórico é grande. Dessa vez, pelo menos, não disse que falou com o TODO-PODEROSO sobre tão importantes decisões futuras.

Entretanto, tudo pode mudar quando certas decisões são anunciadas por Almeida. E disso sabem os Sampaio, João Lyra, Biu de Lira, Teotonio Vilela, Ronaldo Lessa, entre outros atuais e ex-amigos e ex-aliados.

Vai lá que DEUS volte a soprar em seu ouvido, não é mesmo?