No pedido de afastamento e prisão dos caciques do PMDB, Renan Calheiros, presidente do Senado, Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara, senador Romero Jucá e no do ex-presidente José Sarney, o que foi vazado nas gravações é quase nada diante dos prováveis argumentos que amparam os pedidos de prisão e que continuam em segredo. Isso tem amedrontado o PMDB e, certamente, já causa danos no governo interino-definitivo de Michel Temer.

Nas redes sociais o senador Roberto Requião (PMDB-PR) divulgou ontem (7) sua participação num jantar com outros 29 senadores. Todos contrários ao impeachment de Dilma Rousseff. Segundo Requião, o grupo de senadores fechou questão sobre novas eleições diretas ainda este ano.

Para derrotar o afastamento da presidente bastam 27 votos. Quando foi votada a admissibilidade, em maio, 22 senadores votaram contra. Portanto, o apoio de 30 dá certa tranquilidade. Parece que essas questões foram combinados com lideranças dos partidos de esquerda.

 E essa mudança de posicionamento foi motivada pelos últimos acontecimentos: vazamentos das conversas de Renan, Sarney e Jucá gravada por Sérgio Machado.

Há, ainda, no Senado quem analise que os pedidos de prisão feitos pela PGR desenham um ar de ingovernabilidade.

Também por isso cresce o sentimento de que novas eleições podem reverter as perspectivas de crise política e econômica contínua e aparentemente interminável.

E não vai levar muito tempo para que todos os detalhes que motivaram os pedidos de afastamento e prisão sejam tornados públicos. 16 senadores encaminharam ofício ao procurador-geral solicitando os detalhes da delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.

Justificam que os trechos que foram divulgados geram ambiente de insegurança jurídica e política para as instituições e ainda mais para o Senado Federal, o que é verdade.

Mais uma semana de crise com novas e bombásticas revelações. Aparentemente vemos uma novela escrita por vários autores, sem prazo para terminar, recheada de bandidos e nenhum mocinho confiável e encantador.

Vida que segue.