Caso Rui Palmeira (PSDB) consiga ser reeleito ele se credencia para enfrentar, em 2018, Renan Filho ou Renan pai na disputa pelo governo ou pelo Senado. E isso os Calheiros precisam impedir para que possam navegar em futuras águas rasas e mansas.

Para isso tiveram que escalar o deputado federal e ex-prefeito Cícero Almeida (PMDB) para o cargo de prefeito de Maceió. Foram obrigados a confiar no político que mais troca de partido, de aliados e de opinião na política alagoana, mas que tem densidade eleitoral.

Pesquisas feitas para consumo interno encomendadas por partidos mostram que a disputa será acirrada. Exatamente por isso Rui está constantemente nas ruas – e isso já tem um bom tempo - entregando e acompanhando obras do seu governo.

Do outro lado o governador lança o ‘Pequenas Obras, Grandes Mudanças’, na grota do Pau D’Arco, no Jacintinho, onde serão construídas escadarias drenantes, 69 pontilhões e 29 mil m² de passeios. O programa foi gestado para que Almeida cole a sua imagem nas ações do governo Renan na capital.

É que as pesquisas apontam que tanto o atual prefeito quanto o governador são bem avaliados pelos eleitores. Outro dado revelado pelos números, neste momento, é que três temas deverão comandar o embate político: saúde, segurança e honestidade.

No quesito segurança o governador é bem avaliado e quer transferir os seus pontos positivos para o seu candidato. Já Rui perde um pouco no tema saúde, porém, é bem avaliado em obras e no quesito honestidade, especialmente.

E aqui deve estar não só calo do deputado Cícero Almeida – réu em processos no STF ainda da época que administrou Maceió -, mas também do imponderável da política que tem assustado governadores, deputados e senadores através da Lava Jato.

É que o senador Renan e o PMDB estão no centro do furacão das denúncias e suspeitas de envolvimento mostradas pela operação Lava Jato - e eles serão personagens da eleição - , cuja temperatura só aumentou desde a revelação das conversas gravadas entre Sérgio Machado, Calheiros e outros caciques da sigla.

Além disso, some aí o risco de alguma delação premiada confirmar e provar - se é que já não aconteceu – que os desvios na Petrobras e em outras obras governamentais também serviram para financiar campanhas nos estados em 2014.

Ou seja, o imponderável e o imprevisível na política nunca estiveram tão presentes quanto nos tempos atuais.

Os novos episódios da Guerra dos Tronos estão nos mostrando, mais uma vez, estratégias, confrontos e ações, vítimas, mocinhos e bandidos.

Vale aguardar cenas dos próximos capítulos.